Muito se especula o motivo de um preço estar em tal patamar, geralmente o incômodo aparece quando os preços estão altos, pelo menos é isso que uma pessoa média teria em mente. Entretanto, preços baixos também podem ser um empecilho para quem produz ou presta o serviço.
Há um artigo onde eu abordo sobre a justiça dos preços, no qual, em síntese, que os preços não carregam justiça ou injustiça tratam-se apenas e tão somente de uma objetivação dos valores médias que a maioria das pessoas está disposta a pagar, ou do público-alvo em questão.
E qual seria a utilidade dos preços? Os preços servem de indicadores. São eles que carregam todas as informações contidas no mercado, todo o conhecimento é refletido no preço.
É o preço quem diz se uma operação é ou não viável. Analisando o preço uma pessoa tem a possibilidade de chegar à conclusão de se algo deve ou não ser feito, comprado ou vendido, se os custos do produto são condizentes com o lucro, se o risco do empreendimento é válido.
Em outras palavras, o preço é o termômetro que mede a temperatura do mercado. Preços altos podem significar várias coisas, as mais comuns são: aumento na demanda de maneira repentina; falta de estoque; problemas logísticos e aduaneiros; falta de estoque; tributação; falta de insumos, etc.
Seria difícil, ou até mesmo, impossível trazer todos os fatores que podem afetar um preço. Se faltar areia tanto a área da construção civil quanto de laboratórios terão aumento de preços. A areia é útil nestes casos para o cimento e o vidro, veja como coisas tão distintas podem ser afetadas por falta de um insumo em comum que é utilizado no início de todo o processo econômico.
Outro exemplo, poderíamos utilizar o caso dos alimentos que, em sua grande parte, possuem produção em escala mundial, ou seja, seus preços e insumos caminham de mãos dadas com o que acontece no mundo todo. Há outro artigo, de minha autoria, que fala sobre o assunto do aumento de preços decorrente de uma guerra.
Thomas Sowell, em seu livro “Economia básica – Volume 1”, trás o seguinte:
- “O fato de com uma economia de alta tecnologia, incrivelmente complexa, pode operar sem uma direção central deixa muita gente perplexa. Conta que o derradeiro presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, teria perguntado a Margareth Thatcher, Primeira-Ministra da Grã-Bretanha: como você calcula o que as pessoas vão comer? A resposta que ouviu foi que ela não fazia isso. Quem fazia eram os preços. Seja como for, a população britânica estava melhor alimentada que a soviética, embora a mais de um século não produzisse alimento suficiente para si mesma. Os preços traziam os alimentos de outros países.
A importância dos preços é das mais alta prioridade. Entender como e porque os preços funcionam não dá a reposta, como acreditam os esquerdistas, para controlá-los. O poder advindo deste conhecimento é conseguir fazer o melhor gerenciamento possível daquilo que se dispõe a ser feito, é alocar de forma rentável o capital que se possui.
Desta forma, o melhor a ser feito, não é tentar controlar os preços, a cadeia que os envolve é infinita – pelo modo de dizer perante a impossibilidade de obtenção de todo o conhecimento e informações necessárias para o controle, a cada momento novas situações ocorrem que podem afetar o preço de forma diferente e em diferente locais, produtos e serviços -, assim com as informações referente ao fundamento dos preços e seu funcionamento é imprescindível para o bom andamento do mercado e da economia.
Fontes:
Fundamentos de economia – Vol. 1 – Thomas Sowell
Liberalismo – Ludwig Von Mises
A mão invisível – Adam Smith
Ação, tempo e conhecimento: A escola Austríaca de Economia – Ubiratan Jorge Iorio
A economia do intervencionismo – Fabio Barbieri