Uma coisa muito simples é notar que as pessoas querem mais dinheiro, principalmente porque, com mais dinheiro, pode-se fazer mais coisas – ou é assim que se pensa.
Entretanto, isso apenas é possível em um ambiente relativamente estável e quanto mais livre melhor. A razão é bem simples: em um ambiente de volatilidade onde o governo imprime dinheiro a todo momento, o próprio dinheiro perde seu valor. Tal fato ocorre em decorrência de o dinheiro ser um produto. Um produto como qualquer outro. O dinheiro segue as mesmas regras de oferta e demanda, com muito dinheiro no mercado, os preços tendem a subir, assim como, com menos dinheiro no mercado os preços tendem a cair.
Por outro lado, o dinheiro possui uma característica diferente daquela de um produto comum. O dinheiro serve apenas para efetuar trocas, o aumento da sua quantidade no mercado não causa uma melhora na vida das pessoas. Medidas estatais de aumentar a quantidade de dinheiro já demonstraram que são um caminho para o fracasso. Murray N. Rothbard explica com exímia sabedoria, em seu livro “O que o governo fez com nosso dinheiro”, o seguinte:
“Assim, vemos que embora um aumento na oferta monetária, assim como um aumento na oferta de qualquer outro bem, reduza o preço do dinheiro, tal alteração não produz – ao contrário do que ocorre com outros bens – nenhum benefício social. O público em geral não se torna mais rico. Ao passo que novos bens de consumo ou de capital aumentam os padrões de vida da população, um aumento da quantidade de dinheiro na economia gera apenas um aumento de preços – isto é, dilui seu próprio poder de compra. A explicação para este aparente enigma é que o dinheiro só é útil pelo seu valor de troca. Outros bens possuem diversas utilidades ‘reais’, de modo que um aumento em sua oferta satisfaz os desejos de mais consumidores. Já o dinheiro, por sua vez, possui utilidade apenas enquanto possibilitador de trocas; sua utilidade está justamente em seu valor de troca ou em seu ‘poder de compra’. Esta lei – de que um aumento na oferta monetária não confere um benefício social – deriva do uso exclusivo, específico e único do dinheiro como meio de troca.”
A ocorrência da mudança de preços de acordo com a quantidade de dinheiro disponível ocorre de forma espontânea e não planejada. Ninguém é capaz de dizer que “o governo injetou 1 trilhão de reais na economia e que por isso os preços vão aumentar 10%”. Contudo, conforme a oferta de dinheiro aumenta, o valor do dinheiro cai. Acontece que a desvalorização não ocorre de maneira uniforme, mas por setores e nem ocorre de forma imediata.
Novamente, Rothbard aponta com maestria:
“O preço do dinheiro, portanto, é o ‘poder de compra’ da unidade monetária […]. O preço do dinheiro informa o que aquela unidade pode adquirir ao ser trocada, assim como o preço monetário de um aparelho de televisão informa quanto dinheiro um aparelho de televisão pode conseguir comprar.
O que determina o preço do dinheiro? As mesmas forças que determinam todos os preços no mercado – a venerável, mas eternamente verdadeira, lei da ‘oferta e demanda’. Todos nós sabemos que se a oferta de ovos aumenta, o preço de cada ovo tende a cair; se a demanda dos consumidores por ovos aumentar, o preço tenderá a subir. O mesmo fenômeno ocorre com o dinheiro. Um aumento na oferta de dinheiro tenderá a reduzir seu ‘preço’; um aumento na demanda por dinheiro irá aumentar seu preço.
Como as consequências da impressão de dinheiro – expansão monetária – podem demorar para serem sentidas, é comum que governos adotem essas medidas e posteriormente atribuam a culpa aos governos futuros.
De qualquer forma, quando uma pessoa pensa em ter mais dinheiro, o que ela realmente quer é mais poder de compra. A quantidade de papel utilizado para comprar algo é relativa ao poder de compra de cada moeda. Caso a pessoa tenha realmente o interesse apenas por mais dinheiro e não por mais poder de compra, poderá fazer trocas por malas de dinheiro indo até a Argentina e até por carriolas caso vá até a Venezuela.
No momento da postagem deste artigo as cotações são as seguintes:
1 BRL (Real) = 165,974 ARS (Peso Argentino)
1 BRL (Real) = 730.355 VEF (Bolivar)
*Atualmente a Venezuela trocou novamente sua moeda a qual possui a seguinte cotação: 1 BRL = 7,30508 VES
Uma das ferramentas de manipulação da massa que mais me chama a atenção justamente por ser a mais efetiva para esse fim é o Salário Mínimo
“Precisamos lutar por um salário mínimo digno”, dizem os demagogos
Mas, o que é um salário mínimo digno: É um salário que tenha um alto valor nominal ou um salário que tenha um alto poder de compra
Como é constantemente divulgado pelo DIEESE (O valor ideal do salário mínimo deveria ser R$ 5.000,00), é a forma dos sindicatos venderem para a massa que o valor nominal é o que importa, pois assim eles justificam sua existência, tentando mostrar para o cidadão que eles lutam por um salário digno
Com isso oferece-se para a população um culpado pela sua miséria: O empresariado
Afinal, é esse empresariado que não quer pagar um salário digno
Isso oculta a realidade de que o poder de compra do salário mínimo de de total e absoluta responsabilidade do estado. é ele o real responsável por garantir aquilo que o salário mínimo pode ou não comprar
O poder de compra do salário é maior ou menor a depender do que o governo tira da moeda, seja na forma de impostos seja na forma de inflação
Quando um trabalhador compra um produto no qual existem 40% de impostos, o salário desse trabalhador teve o poder de compra subtraído pelo estado, real beneficiário dos impostos
Essa é a raiz de toda a desigualdade que existe no mundo: Um poder coercitivo que tira do salário o seu poder de compra e reverte para si, para gerar benefícios próprios para uma casta privilegiada
Inflação (consequência da irresponsabilidade dos governos) e impostos (consequência da ganância dos governos) são os dois fatores que garantem que o pobre sempre será pobre e o rico sempre será rico..
E para os políticos uma justificativa do porque o estado deve continuar existindo, afinal, quem lutaria por um salário digno para o trabalhador?