Quem dera as escolhas em nossas vidas fossem fáceis e não necessitassem de uma boa dose de ponderação. Como se não bastasse, não há garantias de que todo o esforço moral será recompensado com boas opções de escolha. O mais comum é que não haja um enquadramento direto com aquilo que se deseja.
O sentimento mais comum é a insatisfação. Insatisfação quanto as opções e aquilo que delas deriva, ou acredita-se que pode advir. O gasto pessoal é muito alto, o desânimo, chega em muitos momentos, a ser um empecilho.
A vida é um todo, do qual a política faz parte. Não sendo possível uma vida em sociedade que seja apolítica.
Deixar a política de lado é uma escolha perigosa. Trata-se de deixar seu destino nas mãos de estranhos e incapazes.
- Incapazes no sentido de que ninguém sabe o que é mais importante para um indivíduo do que ele próprio.
O descontentamento sempre estará presente. As pessoas não são perfeitas. Apenas Deus é perfeito, e mesmo assim há quem discorde ou o rejeite.
A moral é pode ter alguns aspectos subjetivos, mas é majoritariamente objetiva.
Um dos maiores problemas da moral é entender o seu “funcionamento”.
Há uma parte da moral, ou quase toda, que pode ser considerada objetiva. Porém a valoração que se tem destes preceitos, em grande maioria, é subjetiva.
- Em relação a moral, também a padrões de valoração. Enquanto a direita, pelos conservadores, possui uma moral mais objetiva, levantando estandartes comuns que são aceitos em larga escala pela sua funcionabilidade e aceitação histórica. A esquerda, por outro lado, vê a moral como algo muito mais subjetivo, chegando ao ponto de apoiarem que “tudo que lhe faz feliz é bom”.
A diferença está na forma de valoração. Um preceito moral pode ter uma valoração que seja apreciada por várias pessoas, como acontece com os conservadores e ensinamentos religiosos. Já, podem ser totalmente avessos a qualquer lógica disponível, quando se põem em mãos da esquerda, na qual a valoração pouco importa, desde que o fim seja atrelado a causa pela qual se está “lutando”.
O debate moral pode ser muito desgastante e penoso, fazendo com que muitos abstenha-se. A moral é a base de uma sociedade sadia, sem uma moral virtuosa e bem estruturada, a sociedade vai a ruína.
Um dos grandes diferenciais entre direita e esquerda nasce justamente da moral. Quando se fala em cuidar da vida, para a direita é cuida e zelar pela vida daqueles que cuidam e presam a vida, trata-se de uma via de mão dupla e reciprocidade. Para a esquerda, a moral pela vida está em querer proteger aqueles que fizeram algo pela causa, ou em nome de uma fictícia luta social.
Fica ainda mais complicado tentar aplicar a moral objetiva a política. O mais comum é que as opções disponíveis não sejam as melhores. Quase nunca são. Mas isso não pode ser uma base para a neutralidade.
Então, entra-se a necessidade de uma valoração sobre os preceitos morais objetivos, tentando aproximar ao máximo daquilo que um indivíduo considera ideal.
Para tanto, derivações e reduções são necessárias. A fórmula a ser utilizada não é simples, e muitas vezes dolorosa. Perceber que aquilo em que se acredita terá de ser deixado de lado para que não haja uma destruição desta base moral é muito complicado.
O paradoxo moral
Em alguns momentos da vida, para salvar a moralidade em que se acredita, é necessário agir de forma avessa a própria moral. Isso é um paradoxo. Quando se tem a opção de escolha, entre algo ruim e algo menos danoso, poderá ser que nenhuma delas se enquadre naquilo que se considera moral, principalmente na seara objetiva.
Far-se-á então necessário sopesar em qual das opções haverá a menor probabilidade de destruição dos pilares morais. Um foco restrito, que não abre espaço para uma valoração terá um fim trágico. A luta por aquilo que se acredita é dura e a neutralidade só caminha para a destruição. No caso, uma autodestruição.
Optando por uma neutralidade, aceita-se tacitamente que o pior tem o mesmo valor do menos ruim. Cria-se, portanto, espaço para a morte daquilo que se acredita.
A valoração moral tem a capacidade de ir purificando a própria moral.
Para a analogia, utilizar-se-á o Estado do Paraná, mais precisamente no espaço para o senado.
Em 2018 muitos paranaenses agiram diretamente contra a moral em que acreditam. Tal fato ocorreu pela necessidade de eleger um senador, Flavio Arns, para não dar espaço para o ex-senador/ex-governador, Requião.
Para muitos, ambos são péssimas escolhas e não possuem qualquer correlação com a moral daqueles que optaram por Flávio Arns. Contudo, o importante não era apenas o contexto moral e ideológico, mas o que poderia ser feito para que estes não viessem a sofrer ataques ainda mais incisivos, que com certeza, viriam do Requião.
Agora, em 2022, foi retirado um antigo cacique da política paranaense, Álvaro Dias. Veja, o candidato de forma alguma foi um mal gestor, além de não possuir histórico de corrupção. Nada impedia que Álvaro tivesse continuado no senado, exceto pela moral. A moral constante nesse fato estava na importância da renovação política, além de que os dois candidatos que superaram Álvaro Dias, eram considerados bons candidatos. Por conseguinte, Sérgio Moro foi eleito senador, pelo Paraná.
A movimentação em favor de Álvaro Dias nas eleições anteriores não era porque ele representava a moral em que boa parte da população acredita. A movimentação tinha por base a proteção daquilo que existe, evitando-se um risco desnecessário. Tão logo houve uma melhor opção, ele foi retirado.
O cenário no Brasil
Atualmente, concorrendo para a presidência existem dois lados. Nenhum dos dois representa com perfeição a moral de todos os Brasileiros. Isso não quer dizer que os perigos representados sejam os mesmos.
É necessário fazer um levantamento daquilo que se acredita e tentar aproximar ao máximo a moral as opções disponíveis.
O passo mais importante é criar um “filtro de moralidade” e com o tempo torná-lo mais eficiente e restrito. Evitando, assim, que pessoas desqualificadas voltem ao poder.
A ponderação e a valoração da moral são pilares para um caminho virtuoso. Para tanto é necessário criar um suporte objetivando evitar a destruição pelos maiores males, os quais podem ser irremediáveis.
Tivemos uma experiência nefasta daquilo que a esquerda pode fazer. Sabemos que as regras não fazem parte de seu repertório, muito menos a boa moral e os bons costumes.
A moral pode, muitas vezes, não ser compatível com atitudes da direita. Entretanto, é avessa a esquerda.
Muito bom!!!