“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (cf. Jo 8,32)
Dando uma pausa no conteúdo jurídico habitual, pensei em escrever sobre algo que também me atraísse a atenção; a Fé Cristã.
Para além de abrir a Bíblia e ler algum trecho (o que é, aliás, recomendação diária para toda pessoa), é relevante buscar as razões de crer e saber da vida da Igreja, com sua correspondência ao desígnio de Deus.
Veja estimado e amigo leitor, se não segues o catolicismo, mas o protestantismo – ou mesmo a Igreja Ortodoxa –, caminhe conosco nessa sequência de artigos, afinal, nosso Deus é o mesmo. Somos todos cristãos. É por isso que deixarei de lado o padrão de escrita em terceira pessoa (comum aos temas dissertativos técnicos, como o direito), para falar diretamente contigo. Não sou nenhum teólogo, padre ou ministro da Igreja, apenas um católico com formação jurídica que decidiu estudar e falar sobre a religião – afinal, todo batizado é um evangelizador. Por isso, gostaria e preciso de sua ajuda nessa jornada, não é algo fácil de escrever.
Para tanto, devemos seguir aquilo que se estipulou chamar de catequese. O que nós comumente pensamos é que se trata da educação religiosa de crianças e jovens. Todavia, vai muito mais além. A catequese compreende todo o ensino da doutrina cristã, estabelecida de maneira orgânica e sistêmica, tanto quanto sobre a fé como sobre a moral. Se seguirmos a catequese, conseguiremos compreender melhor o que está na Bíblia, amadurecer nossa fé e, quem sabe (com muito esforço) alcançar a plenitude da vida cristã, dando o verdadeiro testemunho. Não à toa que grandes Padres da Igreja dedicaram boa parte de seus ministérios à catequese, como S. Cirilo e Sto. Agostinho.
Está a catequese dividida em quatro grandes segmentos: “Parte I: A Profissão da Fé; Parte II: Os Sacramentos da Fé; Parte III: A Vida da Fé; Parte IV: A Oração na Vida da Fé.”
“Os que pela fé e pelo Batismo pertencem a Cristo devem confessar sua fé habitual diante dos homens” (cf. Mt 10,32). Bem por isso que a primeira parte do catecismo acaba por expor no que consiste a Revelação, pela qual Deus se dirige e se doa ao homem, bem como a fé, traduzida na resposta do homem a Deus.
Já a segunda parte expõe como a salvação de Deus (realizada por Cristo) se torna presente nos sacramentos da Igreja.
Por sua vez, a terceira parte menciona o verdadeiro propósito de nós: a vida na fé. Aqui, desdobram-se os dez Mandamentos de Deus.
Por fim, e não menos importante, a quarta parte menciona o sentido e a importância da oração na nossa vida.
Parece pouco, mas essas quatro partes são objeto de grande aprofundamento teórico, e exigem bom tempo de dedicação para compreensão, o que será objeto das nossas próximas escritas (de forma simplória, claro).
“Toda a finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser posta no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor o que é preciso crer, esperar ou fazer, mas sobretudo é preciso fazer sempre com que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem outra origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor” (Catech. R., prefácio, 10).