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Dia 30 de março a imprensa anunciou a venda da Avibras, empresa brasileira de equipamentos de defesa, mísseis e lançadores, para o grupo australiano Defendtex. O que esperar desse negócio? Se ao mesmo tempo a Avibras é reconhecidamente uma empresa de alta tecnologia e merece investimento estrangeiro, em se tratando de defesa nacional, estratégia e posição geopolítica será péssimo para o Brasil.
Se queremos defender nossas instituições e leis, precisamos ter indústria bélica própria, um privilégio de poucos países, entre eles o Brasil. A dependência de importações no setor bélico compromete a capacidade de acordos internacionais, pois o país será sempre vassalo de tecnologia alheia. É certo que quase todo mundo quer desarmar o Brasil: os Estados Unidos, que não querem ver comprometidas suas estratégias geopolíticas; a União Europeia, que quer dominar a pauta do meio ambiente; a China, que não quer que governos controlem seu próprio território, e limites nas águas internacionais para a pesca.
Acrescentem-se os grandes fundos de investimento, que querem garantir vantagens para indústrias farmacêuticas e de mineração que agem através de ONGs; e o sistema aeroespacial, que monitora por satélite as jazidas de minérios e outros recursos naturais no solo e no subsolo, mar e safras agrícolas. De posse de dados exclusivos, precisos e informações privilegiadas, outros países têm vantagem competitiva sobre o Brasil na negociação de contratos de exportação, por exemplo.
Apenas os países democráticos da América Latina e o povo brasileiro querem ver nossas defesas reforçadas. Os primeiros sabem que é tradição brasileira defender as instituições e proteger a soberania dos vizinhos. Também nossa sociedade aprova o reforço de nossas fronteiras, pois reconhece o impacto positivo na economia, na imagem do Brasil e na diplomacia em termos de relevância internacional.
A indústria de defesa no Brasil, na verdade, está sufocada pela falta de crédito e precisa de linhas previstas em orçamento ou por meio de bancos privados. Hoje são os financiamentos externos que a sustentam. Desde que os bancos adotaram a agenda globalista 2030, há preconceito e perseguição a todas as iniciativas do setor.
Há uma linha clara que separa o Liberalismo e a Globalização da indústria bélica, que se estabelece como fator de soberania. Defesa é atribuição do Estado para proteger instituições e população, e a dinâmica do mercado é outra: ninguém vende sua melhor e mais alta tecnologia, é um jogo bruto entre governos e conglomerados. Não se trata de aceitar a estatização da indústria bélica, mas de abrir o mercado interno para o desenvolvimento de tecnologia e criação de empregos.
Não entender a simbiose entre tecnologia, soberania nacional e desenvolvimento humano nos faz viver uma mistura de dependência e atraso. Quem sabe a venda da Avibras estimule a discussão e traga de volta os investimentos para a defesa nacional? Certamente essa é uma demanda de todos os cidadãos de bem.