A “dolarização” é pautada em um mercado que é ativo e não estático. As vontades humanas são voláteis e infinitas, enquanto a produção de cada mercadoria é finita.
Não é incomum que um país importe o mesmo produto que produz. Da mesma forma, que pode ser mais vantajoso exportar a produção do que mantê-la no mercado interno.
É um fato que há uma impossibilidade em conseguir prever em cada caso, individualmente, se é melhor manter o produto no mercado interno ou exportar, importar ou comprar o produto local. Cabe a escolha apenas a quem está entre tais situações.
Via de regra, existem produtos substitutos de outros, para a carne de boi, tem a carne de frango, carne de porco e até o ovo. Quando se trata de eletrônicos a variedade é ainda maior, para um computador existem diversas opções, e em alguns casos até um celular pode atuar como substituto.
A existência de produtos iguais e tantos substitutos precisa ser precificada, e como o dólar é a moeda internacional, isso faz com que tudo gire em torno do dólar. A cotação poderia ser realizada em qualquer outra moeda, mas como o dólar é uma moeda internacionalmente aceita, extremamente estável, somado a ser de um país no qual não há instabilidade política relevante, acarreta uma segurança monetária muito maior.
Precificação do produto em cada local
A forma de precificação, em regra, se dá através do menor custo que se tem acesso.
Caso um país venda ferro mais barato que outro, provavelmente este será o preço padrão. Porém o custo de acesso ao recurso não é apenas calculado pelo material em si, deve-se considerar o custo logístico até o local que se pretenda fazer a entrega.
Um esboço simplifica:
- A demonstração acima é abstrata e não serve de ponto para cálculos no mundo real, serve apenas para demonstrar como a logística influência no preço de custo.
Analisando a figura, se alguém tivesse que comprar algo escolheria os EUA, que possui um custo total de 15, ao invés da China, que possui um custo total de 16.
Tal premissa, pode ser utilizada também no mercado interno, quando é mais barato realizar uma compra internacional do que uma compra nacional. Uma mercadoria nacional com o custo final mais elevado, do que uma mercadoria internacional de menor custo, torna-se menos atrativa.
Aqui não é levado em consideração fatores como tempo e garantia, apenas o preço sem qualquer outra valoração adicional.
A “dolarização” é algo ruim?
De forma alguma. A precificação em dólar, vulga dolarização, é apenas uma das várias maneiras de calcular o quanto vale cada produto, mercadoria, insumo ou serviço presente no mercado.
Não há aumento ou redução de preço em utilizar o dólar como forma de precificação. A utilização do dólar é a ferramenta que permite a o mercado se manter atualizado em seus preços, para que sempre haja competitividade.
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