A palavra carnaval vem do latim carnelevarium (retira a carne), criado para incorporar as tradições populares pagãs de Roma, mais especificamente a festa de saturnália, festa destinada a homenagear Saturno, deus da agricultura, caracterizada pelo excesso e devassidão, porem existem elementos herdados dos babilônicos como as festas sacéias e o ano novo mesopotâmico que ocorria no equinócio de primavera no templo de Marduk.
Nas sacéias um prisioneiro assumia o papel do rei por alguns dias, vestindo-se e comendo como ele, também dormindo com suas esposas e ao final era açoitado e após enforcado ou empalado. No ano novo o rei era destituído de seus emblemas e surrada em frente a estatua de Marduk, humilhação que servia para demonstrar a submissão a divindade.
A Saturnália comemorada em Roma era onde as pessoas se mascaravam e passavam dias comendo, brincando e bebendo. Também podemos destacar as festas dionísicas (bacanais para os romanos) marcados por bebedeiras e entregas aos prazeres carnais.
Fato é que o carnaval brasileiro possui quase todos os requisitos das festas pagãs, é um tempo de orgias a céu aberto, bebedeira, inversão de valores, ataque a virtude e aos bons costumes, tudo que é repudiado por aqueles que buscam viver uma vida correta é permitido nesta data amplamente divulgada e aguardada por inúmeras pessoas.
Durante o carnaval, a moderação, o pudor e muitas outras virtudes que devemos cultivar em nossas vidas em busca da verdadeira felicidade são relegados a segundo plano em prol de indulgências momentâneas. Além disso, essa celebração muitas vezes assume uma postura desafiadora em relação a valores religiosos, zombando e ridicularizando símbolos sagrados sob o pretexto de liberdade de expressão.
Mas então é errado que alguém que busque caminhar pela virtude festejar o carnaval? A resposta é bem simples, ovelhas não pastam perto de lobos.
Gosto de comparar o carnaval a um filme que assisti a algum tempo, “Uma noite de crime”, no caso da festa são quase trinta dias de “crime”, não no sentido material, mas contra a própria essência humana de uma festa promulgada por uma mídia que dia após dia nos banha com simbologia pagã e adoração a deuses falsos.
Para quele que busca o estoicismo é fundamental neste período de exageros lembrar-se que a virtude é o único caminho para a felicidade duradoura, sendo os prazeres momentâneos o veneno para a alma e para o intelecto e que cabe apenas a nós mantermos a constância moral.
Afinal de contas qual é o problema em seguirmos uma vida de retidão e sem exageros? Afinação moral, abstenção de excessos e busca pela retidão não são apenas possíveis, mas também altamente recomendáveis.
Muito bom, muita informação sintetizada com clareza.