Neste ambiente, foram descritos as espécies e os níveis de leitura, bem como já se reproduziu a defesa que Émile Faguet empreendeu em prol da releitura e os seus respectivos benefícios intelectuais. Agora, tratar-se-á novamente sobre a leitura, porém sob outra perspectiva, mais voltada para a qualificação do agente que a executa do que, propriamente, o ato de ler em si.
Em sessão do livro “Aprendendo a aprender”, Bastos e Keller (2015, p. 51-54) recordam o texto de Délcio Vieira Salomon (p. 45-48), que, em “Como fazer uma monografia”, ensina as diferenças que existem entre os chamados bom e o mau leitor.
Em formato didático, traçou-se um quadro de habilidades (bom leitor) em contraste com as deficiências (mau leitor) encontradas durante o processo de leitura. Nesse sentido, com o objetivo de igualmente atender à boa didática, passar-se-á à demonstração das características primorosamente ostentadas pelo bom leitor, que, dentre outras ações, “lê com objetivo determinado”, “lê unidades de pensamento”, “tem vários padrões de velocidade”, “avalia o que lê”, “possui bom vocabulário”, “tem habilidades para conhecer o valor do livro”, “sabe quando deve ser um livro até o fim, quando interromper a leitura definitivamente ou periodicamente”, “discute frequentemente o que lê com colegas”, “adquire livros com frequência e cuida de ter sua biblioteca particular”, “lê vários assuntos”, “lê muito e gosta de ler”, e, por fim, “o BOM LEITOR é aquele que não é só bom na hora da leitura” (SALOMON, p. 45-48 apud BASTOS; KELLER, 2015, p. 51-54).
Do outro lado, está o mau leitor, que, ao contrário do bom leitor, “lê sem finalidade”, “lê palavra por palavra”, “só tem um ritmo de leitura”, “acredita em tudo que lê”, “possui vocabulário limitado”, “não possui nenhum critério técnico para conhecer o valor do livro”, “não sabe decidir se é conveniente ou não interromper uma leitura”, “raramente discute com colegas o que lê”, “não possui biblioteca particular”, “está condicionado a ler sempre a mesma espécie de assunto”; “lê pouco e não gosta de ler”, e, finalmente, “o MAU LEITOR, não se revela apenas no ato da leitura, seja silenciosa ou oral” (SALOMON, p. 45-48 apud BASTOS; KELLER, 2015, p. 51-54).
E você, leitor do Saber Virtuoso, tendo em mãos os critérios acima descritos, considera-se um bom ou mau leitor?
Referência:
BASTOS, Cleverson L.; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 23. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2015.