“Pessoas que se negam a acreditar em verdades desconfortáveis, não têm direito de reclamar quando políticos mentem para elas. Qual outro tipo de candidatos pessoas assim elegeriam?” – Thomas Sowell
“Parece ser quase uma lei [inerente] da natureza humana de que é mais fácil para as pessoas acreditar em um programa negativo, no ódio a um inimigo em comum, na inveja àqueles que são melhores.” – Friedrich Hayek
“Penso que a solução governamental [socialista] para um problema é sempre tão ruim quanto a solução e quase sempre torna o problema pior.” – Milton Friedman
Estas três citações, oriundas de três dos maiores economistas da história – Sowell (sendo este também considerado ideologicamente alinhado à Escola Austríaca) e Friedman da Escola de Chicago e Hayek da Escola Austríaca – resumem com uma exatidão quase profética o fenômeno político contemporâneo brasileiro.
Boa parte do eleitor brasileiro acreditou nas mentiras de Lula. Este mesmo eleitorado viu na pessoa do ex-Presidente Jair Bolsonaro um arqui-inimigo à “justiça social”, à “ciência” e – em uma das mais vis demonstrações de maquiavelismo retórico da história do nosso país – ao “amor“, seja lá quais sejam os significados mais díspares e absurdos atribuídos pelo eleitorado petista ao supracitado substantivo abstrato.
A picanha, no entanto, passou a ser ainda mais inacessível ao próprio eleitorado petista.
Lula limitou o orçamento destinado à pesquisa em universidades – dinheiro destinado ao pagamento de bolsas de estudo a alunos de universidades públicas (onde principalmente os cotistas não têm condições de pagar uma faculdade particular) – e impôs o pagamento do imposto de renda às classes mais pobres, destinando R$1 bilhão de reais à Lei Rouanet, cuja captação majoritariamente acontece para financiar “artistas” já multimilionários.
Não deixa de ser irônico: Artistas captam fortunas, de um dinheiro que poderia ser investido em diversos projetos de interesse público, como assistencialismo, educação ou geração de empregos, para criarem “obras artísticas” – seja música, teatro ou qualquer outra manifestação “cultural” ideológica – cuja mensagem, invariavelmente, gira em torno de temas como “justiça social“.
Os artistas captam o dinheiro que poderia concretamente realizar os sonhos do eleitorado esquerdista, para criarem mais “sonhos artísticos” que nunca se realizarão.
Vivem na opulência e cospem naqueles que tornam a sua opulência possível.
NÃO É ALGO INAUDITO.
Joseph Stalin, durante seu reino de terror e morte na União Soviética, fez algo muito similar. Cita o Professor Olavo de Carvalho que “Stálin havia determinado que o Partido Comunista dos EUA não cuidaria de organizar o proletariado, mas só de arregimentar o beautiful people para subsidiar o comunismo europeu e dar-lhe o respaldo moral de celebridades com aparência de independentes.”
A “ajuda humanitária“, no Brasil, existe apenas no mundo da ficção, do “sonho utópico“, propositalmente irrealizável. Sonho este que é pago EXATAMENTE com o dinheiro que teria o poder para possibilitar sua concretização na esfera do real.
É o pobre literalmente pagando para que seus sonhos sejam, ad aeternum, apenas sonhos. Sonhos que os artistas captadores da Lei Rouanet têm como matéria prima de suas “obras de arte.”
É o império das aparências, das ilusões, da humilhação com ares de “engajamento socialmente responsável”, da miséria romantizada pela “beautiful people” da classe política e artística socialista como o ápice da realização humana.
Não há nada de “artístico” ou louvável na miséria. A pobreza não é “bonita”, a fome não deve ser tema de “sambas” de milionários que vivem em Paris, ou de peças de teatro de atrizes que têm acesso aos melhores tratamentos médicos do mundo para engravidar após os 50 anos de idade e deixar uma fortuna multimilionária – também captada pela Lei Rouanet – a seus herdeiros, enquanto pregam publicamente o aborto a mulheres que já não tem a mais ínfima condição de alimentar sequer a si próprias.
Fica a critério do(a) leitor(a) realizar juízos de valor sobre os ricos que captam fortunas através da Lei Rouanet.
Santo Tomás de Aquino argumentou que o ser humano é, in essentia, igual como raça, concebido da mesma matéria elementar, distinguindo-se de seus semelhantes apenas numericamente*, como nota o Professor Olavo de Carvalho. Todos somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Artistas que captam milhões de reais da Lei Rouanet são, sui generis, iguais às pessoas que passam fome pelo mau uso do dinheiro público por parte do governo cuja principal bandeira de campanha foi a “igualdade”, a erradicação da miséria e o desenvolvimento humano.
No entanto, nota também Santo Tomás, em seus estudos sobre a Sinderese, que “A razão prática, pois, não é outra coisa senão a própria razão teórica contemplada sob o aspecto de uma função especial” (Pieper, op. cit., pág. 51).
A razão teórica, sem elementos práticos que a contemplem na esfera do real não é nada além de uma árvore seca, que por falta de cuidados cessou de dar frutos capazes de alimentar aos famintos, tornando-se apenas um ornamento grotesco e inerme, cuja contemplação ainda ilude os desavisados e inocentes, mas causa apenas tristeza aos despertos, na percepção do que poderia ter sido feito para evitar tal destino, mas que simplesmente não foi.
É o resultado prático do afastamento de Deus, o afastamento da “vida em abundancia” descrita pelo apóstolo João, melhor resumido em Tiago 1:22: “Sede praticantes da Palavra e não simplesmente ouvintes, iludindo a vós mesmos.”
- DE CARVALHO, Olavo. A Consciência de Imortalidade. Vide Editorial. 2021.
Meus parabéns, muito boa matéria