Quando uma empresa é ineficiente em sua atuação no mercado, o que se espera, na ótica de um liberal, de um conservador mais liberal é que essa empresa não merece continuar no mercado, ou que no mínimo, para continuar, que se reinvente. Caso essa empresa já não tenha mais viabilidade econômica o melhor que pode acontecer é sua saída do mercado.
A defesa na qual o governo tem para com grandes empresas que são consideradas como de importante “relevância social” é uma forma de premiar a ineficiência, dificultando e encarecendo a vida dos demais indivíduos. O único papel social de uma empresa na sociedade é atender a seus consumidores. São os consumidores que devem decidir qual empresa deve sair ou ficar no mercado.
Essa escolha muitas vezes, ou quase todas, não é feita de forma racionalizada, trata-se de um movimento no qual os consumidores livres e conscientes começam a abandonar a empresa. Isso é uma consequência da insatisfação de vários indivíduos que por não se sentirem mais satisfeitos com a atuação da empresa a deixa “falir”.
Por outro lado, suponhamos que os problemas financeiros da empresa não tenham relação direta com os consumidores, mas, sim, com uma má gestão financeira. Aqui entra em jogo a própria liberdade individual de acertos e erros do ser humano. Premiar uma má gestão com recursos do estado é uma grave ofensa ao indivíduo que arca com suas responsabilidades e terá de pagar os custos de indivíduos irresponsáveis.
O mercado é constituído por indivíduos, que por consequência podem ter empresas. Não é a empresa que faz o mercado, a empresa é uma consequência da atuação dos indivíduos no mercado. É totalmente fora de questão supor que empresas devam ser recuperadas pelo estado. Veja, a empresa que está com dificuldades por qualquer problema que seja não deve ser salva pelo estado em nome do interesse social. Aliás, é pouco provável que os consumidores tenham interesse em arcar com custos que não foram responsáveis em gerar.
Quando o governo/estado opta por salvar uma empresa não está levando em consideração a vontade do povo, está apenas considerando o custo político que será gerado pela repercussão do desemprego e não pelo desemprego em si. Caso o governo tivesse realmente interesse em acabar com o desemprego, e não em limpar sua imagem, não haveria tantos impostos e tanta burocracia, que fazem com que muitos indivíduos não tenham sequer a capacidade de adentrar no mercado.
A intenção do estado/governo, neste segmento, é apresentar-se como suprassumo da bondade, que é capaz de cuidar das pessoas que não tem capacidade para tanto, ainda que essa incapacidade, em grande parte, seja ocasionada pelo próprio estado.
A política de recuperação de empresas é uma forma de escolher a dedo qual tipo interesse supostamente a sociedade possui. Trata-se de um dirigismo social, baseado em uma suposição, pois que caso fosse dada a liberdade de escolha ao consumidor dificilmente empresas ruins continuariam no mercado.
Atualmente existem tantas empresas que buscam, mesmo que sem intenção, destruir o indivíduo. É muito estranho o indivíduo defender uma empresa que vai diametralmente contra seus valores. Muitas vezes não é pelo serviço prestado, mas pela imposição de valores morais que estas empresas fazem para com os consumidores que estes abandonam a empresa. Não é correto que o governo imponha que esta empresa seja salva, pois que os próprios indivíduos já a rejeitaram.
Defender o livre mercado é defender o indivíduo, suas escolhas e preferências, que todo e qualquer indivíduo seja responsável por suas ações. Tudo isso deve ocorrer no âmbito privado, sem a intervenção do estado/governo o qual a recuperar uma empresa premia a irresponsabilidade e pune os consumidores.