Inicie imaginando um país no qual o governo/estado seja o maior empregador, onde as pessoas ganhem mais na carreira pública do que na iniciativa privada. Imagine, também, que nesse país os impostos sobre consumo sejam elevadíssimos e haja uma imensa burocracia para iniciar uma empresa ou um emprego na iniciativa privada, ou seja, para produzir. E que, ainda, nesse mesmo país as importações fossem taxadas a ponto de não ser viável praticamente nenhum tipo de investimento em pequena escala. Qual seria o possível resultado de tudo isso? É o que vou apontar agora!
Protecionismo do mercado nacional
Uma das barreiras de entrada para os indivíduos: o protecionismo do mercado nacional. O indivíduo encontra-se impossibilitado pela burocracia e pelos impostos para iniciar um novo ramo de atividade empresarial utilizando como base o mercado internacional.
Para facilitar o entendimento será abordado o mercado de eletrônicos. O estado em questão não possui fabricação de chips de processamento (CPU) e quase nada relacionado a produção de equipamentos de informática. Sendo assim, o estado cria uma lei para encarecer a importação de peças nessa área fazendo com que, assim, as peças montadas nacionalmente se tornam relativamente mais baratas.
Malgrado seja adotada tal medida a qualidade do produto nacional é muito inferior ao produto internacional, além de ter um custo de produção mais caro, sendo então, neste momento, que o estado intervém e cria a burocracia e impostos para que a empresa nacional não desapareça.
As consequências são nítidas: produtos nacionais caros e de baixa qualidade, impedimento de pequenos empresários gerar riqueza e empregos, tornando o mercado de informática nacional um antro de alto preços e submarcas, pois que as marcas internacionais de melhor qualidade chegam ao território nacional com preços estratosféricos, ocasionados pelo protecionismo.
Assim, deixo uma questão no ar: quantas pessoas são impedidas de empreender nas mais diversas áreas por decorrência do protecionismo do estado para com grandes empresas? Quantos empregos não existem em consequência de tais medidas? Qual a quantidade de riqueza que é impossibilitada de ser criada? São muitas questões que demonstram a perversidade das medidas protecionistas.
Agências reguladoras
O estado, aliando-se à grandes empresas, dá nascimento as agências reguladoras. Tais agências tem dois propósitos bem definidos:
- manter o estado no controle do mercado por meio das regulamentações;
2. as grandes empresas têm a capacidade de dominar o mercado e subjugar a concorrência.
A razão desta aliança fica bem demonstrada por estes dois fatores acima elencados. O estado não quer desistir de controlar o mercado e utilizá-lo para fins políticos, enquanto, por outro lado, as grandes empresas conseguem impedir o avanço de qualquer concorrência que as possa pôr em risco.
Grandes empresas não estão preocupadas com a burocracia e altos impostos. Elas possuem capital e espaço de mercado suficiente para suportar qualquer nova regulamentação. Contudo, essas regulamentações são capazes de dificultar e até impedir que pequenas empresas cresçam no mercado.
Sendo assim, essas regulamentações criadas pelas agências reguladoras nada mais são do que mais um impedimento para que indivíduos com pouco capital adentrem no mercado.
- É praticamente o estado dizendo: você que é pobre vai continuar pobre.
Legislação trabalhista que exclui os menos capacitados
Para piorar, este estado possui uma legislação trabalhista que pune os menos capacitados. Uma empresa não irá contratar um funcionário com o intuito de ter prejuízo e fixar a quantidade mínima que alguém pode ganhar é excluir aqueles que menos podem produzir.
Como se não bastasse, ainda há uma grande carga tributária, que faz com que o empregado tenha de ser muito mais produtivo para conseguir ser viável para a empresa. Além do mais, a demissão de um funcionário é de um alto custo para uma empresa, então a procura por um candidato que se enquadre tão rápido quanto o possível nos requisitos é essencial para evitar mais custos. Desta forma, indivíduos com menos capacidade produtiva serão cada vez mais deixados de fora do mercado.
Tenha em mente que o problema aqui não é a empresa não querer contratar, mas os empecilhos criados pela legislação que tornam a contratação algo tão custoso que contratar o empregado “errado” torna-se um custo elevado para a empresa. Não há espaço para errar na contratação de um funcionário quando ele pode não ser viável para a empresa e tiver um custo ainda mais para demiti-lo.
Esses fatores fazem com que as empresas deem o mínimo possível de oportunidade para pessoas com pouca experiência, evitando, assim, pessoas com menores qualificações.
- Novamente, o estado impede que os indivíduos cresçam em suas vidas.
Ao final, resta o funcionalismo público
Após o indivíduo encontrar barreiras quase intransponíveis – intransponíveis aos menos capacitados -, a exaustão e a resignação o levarão ao último recurso, que será trabalhar diretamente para o estado. Para empreender ou trabalhar na iniciativa privada o indivíduo praticamente tem que pedir as bençãos ao estado, sendo de tal forma que todas as oportunidades se tornam um monopólio estatal.
O funcionalismo público é a última esperança do indivíduo e que, analisando os prós e contras, apresenta opções muito mais viáveis e interessantes. O único risco que o indivíduo encontra para não adentrar no funcionalismo público é não ter decorado as respostas das questões do concurso que pretende fazer.
Ao final, o indivíduo é um refém da vontade do estado, cabendo ao estado alocar a mão de obra da maneira que melhor lhe aprouver. A coordenação do mercado é dada pela junção de altos impostos, regulamentações e burocracia, os quais têm a capacidade de direcionar o mercado para onde o estado quiser. E, como último recurso, o estado oferece uma vaga ao indivíduo no funcionalismo público.