Roger Scruton é um filósofo e comentarista político conservador. Publicou vários livros, os quais trazem boas críticas e apontamentos necessários para o entendimento da realidade conservadora.
“As vantagens do pessimismo” é um livro que contém uma lição muito importante: evite movimentos populistas os quais se posicionam a favor de uma causa, porém em seu âmago não passam de uma fachada para realizar objetivos totalmente avessos a aquilo que propõem.
Há uma passagem, a qual demonstra bem como se dá o discurso que consegue alterar as visões e dar falsas esperanças:
“[…] Há uma espécie de vício na irrealidade que revela as formas mais destrutivas de otimismo um desejo de anular a realidade, como a premissa a partir da qual a razão prática começa, e substitui-la por um sistema de ilusões complacentes. O “futurismo” é assim. A descrição entusiasmada das possibilidades futuras que você encontra nos textos de Buckminters Fuller e Ray Kyrzweil, e nas fantasias dos transumanistas e dos cibernerds, deve seu apelo às irrealidades que apresenta à inteligência dos leitores. Nesses textos, vemos o profundo apelo que o tempo verbal futuro exerce. Ao mudarmos de é para será permitimos que o irreal supere o real, e que os mundos sem limites obliterem as restrições que conhecemos.”
A irrealidade é a base do discurso de esquerda, onde acusam o adversário de ser um caminho que levará a algo ruim. Sendo a própria esquerda a salvação.
Outro ponto importante é a falta de responsabilidade que possuem:
“[…] Uma das características mais marcantes da mentalidade dos otimistas é que eles nunca aceitarão a responsabilidade pelos efeitos de suas próprias crenças, ou admitirão perigos oriundos das falácias que os norteiam.”
Os otimistas, leia-se aqueles que acreditam em alguma fórmula mágica para transformar o mundo em um lugar “melhor”, jamais assumem os erros cometidos. Sempre haverá algo que impossibilitará a concretização do tão almejado sonho.
Este discurso, ou desculpa, soa muito similar a aquele que diz: “o socialismo real nunca foi tentado” ou “houve um golpe para impedir que o socialismo não fosse implementado”.
Tais motivos são o suficiente para, ao menos, gerar uma visão minimamente cética quanto ao otimismo de grupos e indivíduos que se dizem capazes de alterar o mundo.
A leitura é muito válida e necessária para quem tiver a curiosidade de se aprofundar no tema e evitar de cair em armadilhas como estas.