E é preciso combatê-lo. Mas antes, uma breve reflexão. Já faz algum tempo que a direita brasileira perdeu a confiança em seus dois últimos pilares: a igreja católica e o exército. Os conservadores, portanto, estão desprovidos de uma instituição que os represente. Para agravar a situação, os políticos eleitos por essa maioria em 2022 demonstram pouca coesão entre si e fragilidade diante de pressões partidárias.
Na estrutura do problema está o próprio eleitor, que não entende o contexto atual nem a posição que deve assumir diante de tantas ameaças. A primeira delas está dentro de cada um de nós: um diabinho socialista que mora nas ideias, nos comportamentos, nas atitudes e até na própria linguagem.
Em alguma medida, todos somos socialistas, pois por natureza o ser humano é sociável, gosta de viver em comunidades diversas, mesmo entre pessoas da mesma família. Ao mesmo tempo, o homem precisa de luz própria, fazer suas escolhas movido por suas necessidades individuais. Duas faces que podem parecer paradoxais, mas essenciais para entender a natureza humana e por que sobrevivemos até aqui.
O melhor aspecto coletivista é prezar pela colaboração, tolerância, unificação; o pior se reflete em fraqueza, passividade, dependência e carência. As melhores características individualistas são a força, a inovação, a resiliência e a independência; enquanto as piores são o egoísmo, o egocentrismo e a solidão. Há bons e maus aspectos dentro de todos nós.
Só que os socialistas de carteirinha do século 20 resolveram inventar que o sujeito coletivista é muito superior ao individualista. A começar pela propaganda de que os valores coletivos se sobrepõem aos individuais, uma toada que domina o mundo há mais de 100 anos e teve como resultado diminuir, suprimir e até criminalizar as liberdades dos cidadãos.
Chegamos ao ponto de só reconhecer nossos direitos naturais depois de muita reflexão. O que é prioridade? Proteger o meio ambiente do outro lado do planeta ou defender nossa vizinhança e a nós mesmos? Demonstrar indignação com o ensino das universidades públicas ou com a falta de educação dentro de casa? Parece mais confortável esbravejar contra a corrupção e incompetência dos políticos que admitir que fomos nós que autorizamos todos os seus desmandos através do voto. Esse não é um fenômeno apenas brasileiro, mas aqui grande parte da população renuncia facilmente à liberdade individual para atender benefícios coletivos insignificantes.
E que liberdades são essas? As fundamentais: de expressão, de ir e vir, de livre-associação, de consciência, de religião e todas as que ainda constam na Constituição. Portanto, se queremos combater o socialismo, o primeiro passo é combatê-lo dentro de nós, entender como ele opera na mente e no coração, subvertendo valores em uma verdadeira possessão demoníaca. Se você acha que a função do estado é promover justiça social e distribuir renda, seu caso é muito grave. Se chegou até aqui e reconhece que o Estado deve garantir a soberania e liberdades individuais, está no caminho certo para exorcizar os demônios que dominaram o Brasil e o mundo.