Bandeira principal da turminha da agenda 2030, os veículos elétricos a bateria puro (BEV) começam a mostrar suas reais limitações ao mundo, com os consumidores do mundo real, aqueles que não foram capturados pelo fundamentalismo, que em termos de viabilidade econômica, real redução de créditos de carbono e ciclo de vida não são assim tão atrativos. As vendas globais em geral caíram. Há também o encalhe dos seminovos usados que poucos querem, com dúvidas acerca da vida da bateria e de virem a comprar um elefante branco. Os únicos a apostarem com força nessa onda são os chineses, por razões geopolíticas óbvias. Inundam o mercado com seus elétricos mais baratos e matam as montadoras ocidentais. No meu ponto de vista é sua maior estratégia. Mas o mercado não perdoa.
A Tesla já está a demitir funcionários enquanto seu líder Elon Musk propagandeia outras tecnologias em vez dos puros BEV. Na Europa, antes baluarte da extinção dos veículos de combustão interna em 2035, já se fala numa possível extensão dessa data fatídica. Isto deixa as pessoas mais aliviadas, mas ainda confusas pela incerteza. O CEO do grupo Stellantis (Fiat, Chrysler, PSA), Carlos Tavares, de maneira sempre muito lúcida, defende que os BEVs não sejam a única abordagem para reduzir as emissões de carbono, assim como a possibilidade de extensão no prazo final de fabricação dos veículos a combustão na Europa e soluções como combustíveis sintéticos, biocombustíveis e melhores baterias, já que as atuais não são ecologicamente adequadas, consomem muitas matérias primas e pesam demais.
Para colocar ainda mais pimenta nessa sopa, há mais de 10% da população mundial sequer tem acesso adequado a energia elétrica. Vivem no século XIX. Vai faltar energia para muita gente e a segurança energética é um desafio estratégico sério para os países. Tema para esquentar as próximas guerras.
Enquanto o pau quebra no mundo, os ativistas de Smartphones de sofá que durmam com um barulho deste.