De acordo com dados do Instituto Ação Educativa, aproximadamente 30% da população brasileira entre 15 e 64 anos são considerados analfabetos funcionais, e apenas 12% têm habilidade para interpretar textos, tabelas e gráficos complexos. Apesar do aumento aparente na escolaridade, essas porcentagens têm se mantido estáveis nos últimos 20 anos.
Em resumo somente 12% dos brasileiros sabem o que significa 12%.
O resultado desse déficit educacional é uma preocupante e crescente queda na competitividade do país. Segundo o Conference Board, enquanto um trabalhador brasileiro alcançava 46% da produtividade de um norte-americano nos anos 1980, hoje esse número caiu para cerca de um quarto (25,6%).
Neste cenário desafiador, influenciado principalmente (mas não exclusivamente) pelo sistema de ensino de Paulo Freire, o Estado brasileiro investe aproximadamente R$ 130 bilhões por ano em educação, sendo a maior parte destinada às universidades. O custo anual por aluno na escola pública básica é de R$ 6 mil, enquanto em uma faculdade pública (financiada pelos contribuintes) esse valor chega a R$ 28 mil, ou seja, 4,7 vezes mais. Fica evidente que o problema não é a falta de recursos, mas sim a eficiência de seu uso.
As universidades públicas enfrentam três problemas sérios: (1) o vestibular, que tende a favorecer jovens de escolas particulares que poderiam pagar por uma instituição privada, (2) as cotas raciais e sociais, que inserem na sala de aula alunos com deficiências de aprendizado, prejudicando o desempenho da turma como um todo, e (3) a politização predominante entre os professores, que muitas vezes priorizam agendas políticas em detrimento do ensino.
Em 2004 Lula, o presidente que não se formou na escola básica e tem orgulho de dizer que não gosta de ler, lançou o programa “Universidade para todos”, o resultado foi bom apenas para os donos das faculdades privadas, que receberam dinheiro dos pagadores de impostos e fingiram que ensinaram, já que no final cerca de 1 milhão de jovens não pagaram o financiamento estudantil e acumularam dívidas que chegaram a R$ 6,6bi. Para piorar ainda mais a situação em 2022 Bolsonaro, dando uma péssima lição de educação financeira, decidiu usar o dinheiro dos pagadores de impostos para perdoar 92% da dívida destes estudantes caloteiros.
O Estado bancar (com dinheiro do pagador de impostos) universidade pública em um país onde 88% da população economicamente ativa não sabe o que significa 12% é como os ministros do STF comerem lagosta e caviar enquanto os estudantes das escolas públicas comem água com farinha.
Fica cada dia mais claro que a igualdade de concorrência na educação só pode acontecer com investimentos na educação básica, e que não é na universidade pública (paga com dinheiro do pagador de impostos) que se buscará justiça social.
Com cerca de 2,5% da população mundial, o Brasil tem 20% dos dentistas e 50% dos advogados do mundo, isto não faz sentido e não existe mercado de trabalho para toda esta gente. Estamos desperdiçando tempo e dinheiro.
Em toda história e em todo país civilizado e sério a universidade sempre foi para a elite intelectual, e isto não tem nenhuma relação com quanto de dinheiro uma pessoa tem. Vender a ideia de que todos devem e podem fazer faculdade é pior que vender uma ilusão, é destruir a vida profissional de um cidadão e abalar a competitividade de uma nação.
Ter diploma universitário no Brasil, assim como em qualquer lugar do mundo, não é garantia de sucesso profissional ou de estabilidade financeira.
As crianças deveriam receber uma educação de qualidade, os jovens deveriam se preocupar em ter uma profissão e não um diploma universitário e o caminho mais adequado é o ensino técnico e não a universidade.
O Brasil é um dos países que menos investe em ensino técnico no mundo, diferentemente de Finlândia, Suíça, França e China, dentre tantos outros países desenvolvidos. O gráfico abaixo mostra bem esta realidade, onde temos um percentual de 4 a 6 vezes menor do que a amostra. Estamos na posição número 43 no mundo, considerando este indicador.
Que conclusão tiramos disto tudo? Que as universidades públicas não são apenas inúteis, caras e ineficientes, elas são uma das principais causas do nosso subdesenvolvimento e da nossa enorme desigualdade social.
Que solução podemos propor? Que o Estado privatize suas universidades e invista os recursos em escolas básicas de qualidade e em ensino técnico.