Em capítulo da novela “Renascer”, da emissora Globo, que foi ao ar no dia 23/04, um dos personagens ironizou e atacou frontalmente o Conservadorismo, alegando que o personagem protagonista da trama, José Inocêncio (Marcos Palmeira) não é conivente com a transexualidade da personagem Buba (Gabriela Medeiros) por nutrir “valores conservadores”.
No entanto, será mesmo que o Conservadorismo como filosofia milenar consiste –como insiste a rede Globo–em discurso de ódio, preconceito e mentalidade retrógrada?
Emburrecimento Midiático
Uma das principais estratégias da elite artística brasileira–entre eles o Sr. Bruno Luperi, escritor do atual remake da novela Renascer, originalmente escrita por seu avô, Benedito Ruy Barbosa, ambos apoiadores incondicionais do PT e da esquerda brasileira –é atribuir a qualquer ideia que destoe da tríplice ideologia Marx-Lênin-Foucault os epítetos de intolerantes, preconceituosas, homofóbicas, racistas e fascistas, ocultando, pari passu, as ideias em si mesmas, impedindo-as de sequer chegarem ao conhecimento do público, para que estes possam verificar se, de fato, trata-se, in veritas, de tamanha monstruosidade genocida, enquanto, em meio ao processo de demonização e assassinato de reputação dos conservadores e liberais, enaltecem publicamente a figura de revolucionários (verdadeiramente) assassinos como o infame médico argentino, Ernesto “Che” Guevara. Não acredita em mim? Pois, vejamos!
Como escreveu Olavo de Carvalho, “nos anos 30 do século passado, Stálin ordenou que o Partido Comunista Americano se abstivesse de tentar organizar a militância proletária e, em vez disso, se concentrasse em ganhar o apoio da mídia, da beautiful people e do show business”. Pois foi exatamente o que a esquerda brasileira fez com a elite artística da rede Globo: Cooptação política, em troca de verbas da Lei Rouanet. No linka seguir, temos a notícia de que o ator porto-riquenho Benício del Toro(57), conhecido por interpretar o revolucionário Che no cinema(Che: O Argentino –EUROPA FILMES, 2008, cujo elenco contou também com a participação de Rodrigo Santoro na pele de Raul Castro, irmão de Fidel Castro) participou de comício realizado por Lula e Dilma Rousseff em Campinas, ainda no ano de 2010. https://vermelho.org.br/2010/09/20/benicio-del-toro-com-lula-dilma-e-mercadante/ e visitou – trajando um elegante blazer da marca Ermenegildo Zegna (estimado em R$50.000 –cinquenta mil reais) – um dos alojamentos do Movimento Sem Terra (MST), tendo palestrado no evento, que também ocorreu em 2010: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/09/benicio-del-toro-visita-escola-do-mst-e-planta-arvore-em-sp.html
Coincidência? As palavras de Olavo de Carvalho continuam sendo apenas teoria da conspiração? Válido lembrarmo-nos do termo “socialista de Iphone”, pois encaixa-se perfeitamente à pessoa do Señor Del Toro: Conivência para com a invasão de terras para a classe média (que não pode portar armas para se defender dos invasores), e seguranças fortemente armados, mansões, caviar, jatinhos particulares, carros de luxo para Benício, e sua belíssima consciência social regada a regalias e milhões e milhões de dólares voltados à produção de mentiras cinematográficas. Socialismo para nós, luxos do capitalismo para eles. Sempre foi e sempre será assim para a esquerda chique.
A hipocrisia maquiavélica da Esquerda
No livro “Exposing The Real Che Guevara”, do jornalista cubano Humberto Fontova, deparamo-nos com a verdadeira face do “barbudinho” (como eram então chamados os soldados da revolução) argentino, e sua sangrenta crueldade, como notamos neste excerto: “Foi o Che inclusive quem criou o primeiro “campo de trabalho[forçado]” em Cuba, naquele período, precisamente em Guanahacabibes. Embora ele próprio tenha passado alguns dias ali, voluntariamente, estava estabelecendo um dos mais odiosos precedentes da Revolução Cubana: o confinamento de dissidentes, homossexuais e, mais tarde, aidéticos, que posteriormente eram fuzilados por pelotões que haviam triplicado seus turnos de trabalho”. “Acuse-os do que você faz”, como escreveu Lênin, não é mesmo, Sr. Luperi?!
Segundo Pascal Fontaine et al. (2000, p.778), “É possível fazer um balanço da repressão dos anos 60: entre sete e dez mil pessoas foram fuziladas, e avalia-se em 30 mil o número de detidos políticos.”
“Desde 1959, mais de cem mil cubanos conheceram os campos, as prisões ou as frentes abertas. Entre 15.000 e 17.000 pessoas foram fuziladas.” (FONTAINE et al., 2000, p.788).
De acordo com Jorge G. Castañeda, “As estimativas variam sobre o número exato e total de justiçamentos, em particular os de La Cabaña durante os primeiros dias do ano. Telegramas da embaixada dos Estados Unidos, datados de 13 e 14 de janeiro, apresentam a cifra de duzentas execuções. Historiadores e biógrafos exibem cálculos que vão desde as mesmas duzentas até setecentas vítimas do paredón. Fidel Castro, anos depois, disse a propósito do número dos fuzilados em1959 e 1960 que chegou a dezenas de milhares.”
É óbvio que a orquestração midiática conta com o apoio do establishment universitário, afinal, como lemos no prefácio do supramencionado livro de Fontova, “os diários de Che Guevara foram publicados pelo gabinete de propaganda de um regime totalitário, com prefácio escrito pelo próprio Fidel Castro. No entanto, todos os “estudiosos” do Che e os principais meios de comunicação tomam-nas pelo seu valor nominal. Na verdade, no que diz respeito aos segredos nus e crus da história de Che Guevara, os seus biógrafos académicos valorizam estas edições de Havana como se fossem os Manuscritos do Mar Morto. Poderá haver alguns embelezamentos ou omissões nestes “diários” de Che –nestes documentos que aparecem tão proeminentemente nas versões da mídia liberal sobre o brilhantismo e o heroísmo de Che? Os primeiros colegas revolucionários de Che, agora no exílio, juntamente com os homens que realmente estiveram no local da captura de Che Guevara, têm uma história muito diferente para contar.” É precisamente está a história que a Globo –enquanto atribui a culpa de todos os males da humanidade ao Conservadorismo–não quer que você saiba. Os livros mencionados neste meu exíguo artigo JAMAIS serão lidos em NENHUMA universidade pública brasileira. Never!
Conservadorismo
“Ser conservador não é ser avesso à mudança, é também uma forma de nos adaptarmos às mudanças, algo que foi imposto a todos os homens”, escreveu Michael Oakeshott–um dos maiores intelectuais conservadores da história da humanidade –o que, destarte, expõe a mentira da rede Globo de que “todo conservador é um homem das cavernas retrógrado e preconceituoso”. Muito pelo contrário! Somos céticos, cuidadosos, minimalistas e até mesmo perfeccionistas no que concerne ao bem-estar social, e o respeito a todas as diferentes individualidades que o compõe. Consideramos a sexualidade de indivíduos algo que não deva ser jamais politizado, porém sempre respeitado, e estritamente inerente à vida pessoal de cada um, assim como aceitamos que a medicina hoje possibilite mudanças de sexo em pessoas que se consideram transexuais, visto que a sexualidade privada de um ser humano maior de 18 anos, observador e respeitador do Código Penal, é um assunto que diz respeito apenas a ele próprio, estando também pelo aparato jurídico-constitucional para realizar tais operações. Isto é sinônimo de ignorância? A rede Globo insiste em afirmar que sim, mesmo quando políticos de direita, como o ex-Presidente Jair Bolsonaro, enrijece ainda mais as leis brasileiras contra a homofobia.
O filósofo David Hume, em seu magnífico “A Treatise of Human Nature”, expôs as diferenças entre percepção e ideias originais e secundárias, bem como entre sensações e reflexões; pode-se argumentar que a rede Globo busca despertar em seus espectadores o que Hume designou como “impressões primárias, irrefletidas, dependentes exclusivamente de causas naturais e físicas”, onde o intuito do estímulo verbal não é, sui generis, “intelectual”, mas puramente sensorial. É óbvio que, por questões de erudição, é interessante mapearmos na filosofia algo que pode muito bem ser chamado popularmente de manipulação, pura e simplesmente. Nada substitui o conhecimento correto sobre algo com mais eficácia do que seu correspondente inverso, falso e enganoso, como atribuir à direita o ódio oriundo da própria esquerda, admiradora de Che Guevara, aos homossexuais.
“Sendo a virtude moral uma disposição de caráter relacionada com a escolha, e sendo a escolha um desejo deliberado, tanto deve ser verdadeiro o raciocínio como reto o desejo para que a escolha seja acertada, e o segundo deve buscar exatamente o que afirma o primeiro“, já dizia o velho Aristóteles. Do que deve ser, então, classificada a esquerda brasileira, que tem na mentira e na ignorância reducionista suas únicas formas de raciocínio e ação? Afinal, como escreveu Olavo de Carvalho, “mesmo considerado só do ponto de vista quantitativo, o “ideal revolucionário”, enfim, foi o maior flagelo que já se abateu sobre a espécie humana. Mesmo que olhássemos os pensadores reacionários só pelo mal que possam ter provocado voluntária ou involuntariamente, seus feitos, no conjunto, não poderiam jamais competir, nem de longe, com essa pletora cósmica do sangrento e do macabro que é o curriculum vitae dos mestres da revolução.”
Como escreveu o brilhante jornalista, Professor Dr. em Direito e YouTuber Tiago Pavinatto, após expor mais um caso de violência covarde contra sua ilibada pessoa, “Nunca fui maltratado por evangélicos, mas este é o tratamento que recebo aos montes da militância LGBT”.
Fica aos leitores a reflexão: Será que a homofobia, o racismo e o ódio são mesmo características exclusivas dos conservadores? Parece-nos que não…
Referências:
KIRK, Russell. Breve Manual de Conservadorismo. São Paulo: Trinitas, 2021. (Pg. 23)
FONTOVA, Humberto. Exposing The Real Che Guevara. New York: Penguin Books, 2007. (Pg. 307)
CASTAÑEDA, Jorge G. Che Guevara: A Vida em Vermelho. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. (Pg. 186)
COURTOIS, Stéphane. WERTH, Nicolas. PANNE, Jean-Louis. PACZKOWSKl, Andrzej. BARTOSEK, Karel. MARGOLIN, Jean-Louis. The Black Book of Communism. London: Harvard University Press, 1999.
OAKESHOTT, Michael. Ser Conservador y Otros Ensayos Scépticos. Madrid: Alianza Editorial, 2017. (Pg. 79)
HUME, David. A Treatise of Human Nature. New York: Oxford University Press, 2007. (Pg. 198)
ARISTÓTELES. Ética a Nicómaco. São Paulo: Edipro, 2018. (Pg. 115)