![dólares queimados](https://i0.wp.com/sabervirtuoso.com.br/wp-content/uploads/2023/12/Publicacao-do-Facebook-940x788-px.-22.webp?fit=940%2C788&ssl=1)
Pouco se fala e pouco se sabe sobre estagflação. Este termo aparece quando ocorre o aumento exagerado dos preços, nenhum progresso do PIB (Produto Interno Bruto) junto com a alta do índice de desemprego.
Os economistas não têm como prever quando a estagflação pode acontecer, pois isso pode surgir de eventos internos e externos. Mais difícil ainda diante de políticas econômicas mal elaboradas. Uma forma de ser evitada é a não impressão excessiva de dinheiro e a não redução exagerada da taxa de juros que causam a falsa sensação de bem-estar no curto prazo. Já em situações que não podem ter controle, por exemplo, são as consequências de guerra.
Na década de 1970, o Reino Unido e os Estados Unidos da América experimentaram o gosto amargo do cenário de estagflação. O Reino Unido adotou o modelo expansionista, ideia do então secretário do Tesouro, Anthony Barber. Ele injetou milhões e acelerou a economia no curto prazo. Logo em seguida, a expansão monetária resultou na alta da inflação que foi agravada pela falta de petróleo no mercado mundial. Essa decisão fez aumentar a inflação, aumentar o índice de desemprego e fez negativar o PIB daquele ano.
Por sua vez, os Estados Unidos da América sofreram um boicote dos países árabes. Esses suspenderam as exportações de petróleo por Israel ter recebido apoio militar norte americano. Além da alta do petróleo e da inflação, o país enfrentava desemprego e o banco central americano (Federal Reserve Board – FED) fazia alterações de políticas monetárias: ora mais restritiva para combater a inflação, ora mais expansionista para recuperar a economia. Até encontrar o equilíbrio.
A Alemanha viveu estagflação no término da Primeira Guerra Mundial, onde gastou seus recursos para o financiamento de estrutura bélica. O país ficou afundado em dívidas e viveu pobreza extrema.
No Brasil temos o Plano Collor como exemplo. Quando as idas ao supermercado eram momentos de forte adrenalina. Você poderia estar comprando um produto e, minutos depois, funcionários surgiam remarcando um novo preço. Muito estresse, mais preocupação e menos dinheiro no bolso.
Em 2022, a guerra da Rússia contra a Ucrânia resultou no aumento dos preços das commodities, como o trigo, petróleo e gás natural. Isso afeta toda a produção global que depende desses recursos para criar outros derivados.
Atualmente temos os efeitos climáticos que tem prejudicado o Brasil em várias regiões. Essa situação faz a economia desacelerar. Vale lembrar que tem cidades no Rio Grande do Sul que ainda estão se recuperando da catástrofe que sofreram em setembro deste ano.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego caiu em relação ao ano de 2022. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central do Brasil, a estimativa é de crescimento do PIB para 2024 e uma redução da taxa básica de juros, a Selic.
Diante desses dados, podemos afirmar que o país não corre risco de sofrer estagflação no próximo ano. Mas e diante dos fatos?
A estimativa é que a taxa Selic feche o ano de 2024 em 9,25% ao ano. E as consequências disso são as reduções das taxas bancárias para empréstimos às pessoas físicas e jurídicas. Por consequência, o consumo irá aumentar, acelerando a economia.
Por outro lado, vale lembrar que a procura por crédito devido à redução das taxas de juros não é garantia de recurso na mão. Pois a solicitação de crédito aos bancos passa por análise, onde as instituições avaliam toda a responsabilidade financeira dos correntistas. Outro detalhe é o número de inadimplentes que cresceu de setembro para outubro de 2023. Um aumento de 130 mil pessoas entre estes dois meses. Observando o relatório da Serasa, houve queda neste setor apenas nos meses de junho e julho. Os demais permaneceram em constante crescimento. Os bancos, por sua vez, ficam mais cautelosos com a liberação de recursos e passam a pedir garantia nas propostas de empréstimos, como patrimônio ou investimentos. Diante desta observação, a redução de taxa de juros não é uma certeza de aceleração econômica se outros fatores são ignorados.
Diante dos fatos, algumas situações deixarão o Brasil mais exposto a sofrer estagflação em 2024. Desde que as Lojas Americanas entraram em recuperação judicial, diversas lojas já foram fechadas e mais de cinco mil postos de trabalho já foram encerrados desde janeiro. Além disso, há outras varejistas enfrentando crises e já não vemos muito movimento nas lojas físicas.
O presidente, Luís Inácio Lula da Silva, já gastos mais de oito milhões no cartão corporativo. O valor é um recorde para o período se comparado com as gestões anteriores dos ex-presidentes Jair Bolsonaro, Michel Temer e Dilma Rousseff.
Os investimentos internacionais diretos na nossa economia diminuíram 40%. Os estrangeiros injetaram US$ 68,83 bilhões em 2022 contra US$ 42 bilhões na parcial de 2023.
Agora que estamos caminhando para o término do ano, o Brasil está exposto em mais dois eventos negativos: a possibilidade de desabamento em uma das minas da Braskem em Maceió/AL e a falta de posicionamento do atual governo perante a decisão de Nicolás Maduro de invadir a Guiana.
Infelizmente, as possibilidades do Brasil sofrer estagflação é factível e sofremos um efeito dominó caso não haja planejamento econômico mais eficaz.