Em Paris, anos 90, foi feita uma curiosa experiência social: colocaram um estudante para andar na calçada, seguindo o fluxo de pedestres. Em determinado momento, ele se virava bruscamente, correndo na contramão. O experimento buscava avaliar quantos estudantes, seguindo esse roteiro, seriam necessários para causar um efeito em massa. O resultado determinou que seriam necessários cerca de 10 estudantes simultaneamente, para gerar pânico nos demais pedestres, o que aconteceu. Isto é, um pequeno número de pessoas foi capaz de gerar efeito cascata em centenas de pessoas.
Na mobilização ocorre o mesmo. Ditadores e democratas estão sempre em alerta para saber quando a opinião pública atinge uma massa crítica sobre um determinado tema ou pessoa para resolverem agir. Mas, e se houver massa crítica suficiente e mobilização? Nessa situação, a opinião pública funciona como um ônibus lotado descendo sem freio ladeira abaixo.
Você pode optar por ficar dentro do ônibus, para energizar as demandas e expectativas da opinião pública; em cima do ônibus, para avisar qual direção o veículo está tomando, ou mesmo orientar sobre a direção correta; por fim, ao lado do ônibus, para analisar a trajetória ou sugerir possíveis alternativas. Essa também é uma postura válida, pois quem está fora pode ver algo que quem está dentro não vê: uma curva, valeta ou pedra que possam causar acidentes. São posicionamentos daqueles que ajudam o processo político: dentro, acima e ao lado significam energia, direção e estratégia, respectivamente.
Só há uma posição que devemos evitar: na frente do ônibus. Quem fizer isso será atropelado, pois escolheu o local reservado aos inimigos políticos e será colocado de escanteio pelo movimento.
Desde que me lancei na política, alertei para a falência do modelo de Estado, a péssima Constituição de 1988 e as muitas razões de nosso país ser tão atrasado. Hoje, muitos percebem que nosso estado de direito não existe mais e falam em reformas e revisão constitucional. Ainda não há massa crítica para lotar um ônibus, muito menos definir a ladeira certa, mas estamos chegando lá: juristas, desembargadores, advogados, políticos e ativistas qualificados já compraram seus bilhetes. Compre o seu, porque logo o carro vai partir.
Luiz Philippe de Orleans e Bragança é natural da cidade do Rio de Janeiro, descendente da família imperial brasileira – trineto da Princesa Isabel e tetraneto de d. Pedro II – e o único da linhagem a ocupar um cargo político eletivo desde a Proclamação da República, em 1889. Está em seu segundo mandato como deputado federal (PL/SP). Graduado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e mestre em Ciências Políticas pela Stanford University (EUA). Seu MBA foi concluído no Institut Européen d’Administration des Affaires (INSEAD). Trabalhou três anos no banco de investimentos JP Morgan, em Londres; e depois no banco de investimento Lázard Freres, em Nova Iorque. Retornou ao Brasil como diretor de desenvolvimento de negócios da America Online (AOL) na América Latina. Como ativista, fundou em 2014 o movimento Acorda Brasil, que visa difundir uma nova visão liberal. Em 2018, com cenário político conturbado e o sucesso do movimento, aceitou disputar as eleições para Deputado Federal por São Paulo, eleito com 118 mil votos. Autor dos livros “Por que o Brasil é um país atrasado”, “Antes que apaguem”, “A Libertadora – Uma Nova Constituição para o Brasil”, e “Império de Verdades”, é considerado pelo Ranking dos Políticos um dos melhores deputados federais do Brasil, com mais de 500 iniciativas legislativas apresentadas. Na Câmara Federal, atua em projetos de Reformas estruturantes, como Reforma do Judiciário, Reforma Política e Reforma Tributária (PEC 007/2020), além de propostas que defendem liberdade individual, propriedade privada, soberania nacional, prosperidade econômica da população, combate à corrupção, redução dos gastos do Estado e defesa da família e da sociedade. É presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado. Tem como missão apresentar projetos que garantam a estabilização do sistema político brasileiro, conferindo mais autonomia e relevância ao poder local em relação ao governo federal e aproximando as ações de Estado dos seus beneficiários, além de defender os princípios que garantam liberdade econômica. Também está sob seu escopo políticas de preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, projetos de Defesa Nacional e Relações Exteriores