Para que se utiliza o IPC? Utilizamos o IPC para monitorar as mudanças no custo de vida da população ao longo do tempo. Essa mudança é monitorada através da inflação. Em um artigo anterior, quando apresentado o PIB, foi exposto a diferença entre o PIB nominal e o PIB real, sendo esta diferença que sugere o crescimento (ou não) de uma economia. Tendo isso como base, quando se apresenta essa variação do PIB, temos também a variação de tudo o que foi produzido em uma economia, então podemos considerar que o PIB também é uma forma de se medir a inflação. Contudo, essa “inflação” que o PIB trás é como se fosse uma inflação de toda a economia, num caráter macroeconômico. Retomado esse conhecimento, então, temos que o IPC é a medida de inflação com um caráter microeconômico, com o olhar voltado ao consumidor e também ao produtor. O índice de preços ao produtor (IPP) também pode ser considerado uma forma de mensurar o nível de inflação, uma vez que os produtores repassam os seus custos para o preço final dos bens e serviços, mas este será exposto em um artigo futuro. Retomando o IPC, temos então que ele representa a taxa de inflação de uma determinada cesta (ou conjunto) de bens e serviços mais demandados pela população. Tal índice é obtido em cinco passos, da seguinte forma:
1° fixa-se uma cesta de bens e serviços;
2° é realizado a coleta dos preços (de forma diária, semanal, mensal, anual, etc, porém a coleta deve seguir o mesmo padrão para todos os índices);
3° calcula-se o custo da cesta de bens;
4° escolhe-se, de forma arbitrária, o ano base, e calculo a variação no custo da cesta ano a ano;
5° calcula-se a taxa de inflação.
O IPC calcula a taxa de inflação sempre em relação ao ano anterior.
Ocorre ainda, que tal cálculo não leva em conta três questões que os economistas tentam medir:
1° tendencias de substituição: os produtos variam de um período para outro, porém não variam na mesma proporção, logo, os produtos com maior variação tendem a ser substituídos pelas famílias por produtos similares de menor valor monetário;
2° introdução à novos bens: o consumidor sempre prefere mais opção do que menos, uma vez que com mais opções ele possui a sensação de que seu dinheiro vale mais;
3° mudanças de qualidade não medida: os produtos podem, de um ano para outro, terem redução de qualidade, ou de tamanho (como o caso de marcas de snacks que reduzem o volume de seus produtos) sem a redução necessária de preço, tendo também, um ganho maior. Podemos então concluir que o IPC compara a variação de preços de uma cesta de bens fixa, com relação a algum ano base. Tal variação é uma das formas de se mensurar a inflação de um país.
Referência:
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. 2012. Cap. 24, pag. 509.