Como pontuado no Artigo “Educação–Ou Imposição?” o moderno estado totalitário brasileiro clama para si a autoridade de decidir quais vertentes ideológicas são “permitidas” na educação de milhões de jovens, e quais devem ser religiosamente proibidas e ocultadas, como se o mais ínfimo contato fosse algo perigosíssimo. A impressão que temos é que a análise ou os estudos de bibliografia liberal-conservadora é algo considerado radioativo pela patota esquerdista mundial, tendo aí o poder de matar aqueles que se aventurarem por suas páginas heréticas. No entanto, o máximo que pode acontecer com quem se permite adentrar no que o Padre Antonin-Dalmace Sertillanges chamou de Vida Intelectual no Brasil de 2023, após um período de êxtase mental (comum no início de uma vida verdadeiramente dedicada aos estudos), é ficar estupefato com o atual status da intelectualidade tupiniquim, correr o risco de perder o emprego e ser chamado de fascista (ou seria fasciste?) na internet. Certamente um preço ínfimo a pagar.
ENEM–E nem vale a pena
O ENEM de 2023 mostrou-se mais uma vez ser uma prova de aptidão cujo principal propósito é aferir de seus partícipes a capacidade de adequação ao modus pensanti marxista, hegemônico nas cátedras nacionais e internacionais que aceitam a nota obtida como porta de entrada para suas salas de aula ainda mais doutrinárias, sendo este modus pensantio único também acessível a crianças e adolescentes da educação estatal fundamental e média obrigatória imposta irrefreavelmente pelos partidos comunistas e socialistas no Brasil, que encaram o homeschooling como um crime.
Inúmeras respostas a questões altamente enviesadas presentes no supracitado mecanismo para averiguação dos níveis de doutrinação(ENEM) alcançados durante a escolarização obrigatória – que no ponto de vista de inúmeros renomados intelectuais e autores conservadores e liberais premiados e celebrados mundialmente como grandes gênios inovadores estariam plenamente corretas–nada mais são do que a forma encontrada para detectar dissonâncias ideológicas, dotadas aí do poder de excluir violentamente candidatos que não responderem segundo preceitos pseudo-intelectuais muitíssimo bem calculados para favorecer aos anseios de uma elite política cujos propósitos de sua práxis sentimos na pele há pelo menos 30 anos, e que pelo menos 49% do eleitorado nacional hoje rejeita veementemente.
Doutrinação ideológica inquisitorial (mas, eles juram que é pela “democracia”)
Esta pode ser considerada uma das falhas da democracia contemporânea, a imposição irresponsável de agendas políticas a uma porcentagem considerável de cidadãos que delas discordam, mas cujos poderes de reivindicar representatividade dentro da burocracia político-partidária encontra-se reduzida a níveis inócuos. É o que o Filósofo Inglês Roger Scruton denominou de “ditadura da maioria”, mesmo que a maioria (que, no Brasil, sequer configura uma maioria de fato majoritária ou mesmo expressiva) aí milite, inconscientemente, contra seus próprios interesses. É o que disse o Professor Olavo de Carvalho: “Na filosofia grega clássica, chamava-se isto de argumento suicida.” A multidão de alunos (alunes?!) corroboram avidamente as atitudes incongruentes daqueles que lhes impõem mais impostos, corrupção, cortes orçamentários e estratificação social invencível como o suprassumo da competência administrativa. E quem pensa diferente tem duas alternativas: ou responde errado de forma proposital para acertar segundo os parâmetros marxistas obsoletos, ou erra a questão.
Vivemos dias sombrios, nos quais a inteligência e o bom-senso não mais são vistos como qualidades, mas como defeitos que devem ser punidos com a exclusão, cancelamento e boicote social daqueles que ainda ousarem valorizá-los como dádivas divinas. Você acerta a questão se –conscientemente ou não, pouco importa –respondê-la da maneira que a responderiam homens como Josef Stalin, responsável por dezenas de milhões de mortes na Ucrânia durante o infame holodomor. Responder como responderia cavalheiros de verdadeiro intelecto aguçado como Milton Friedman, Thomas Sowell ou Ludwig Von Mises? Prepare-se para adentrar a condição de pária no mundo educacional brasileiro. No less.
A perseguição contra o agronegócio
“Acuse-os do que você faz”. Os ensinamentos de Lênin mantêm-se atualíssimos no leque de estratégias políticas do PT e outros partidos da esquerda. Em matéria publicada pelo jornal Estadão no dia 8 de Novembro, deparamo-nos com aquilo que o establishment tenta desesperadamente esconder do povo brasileiro: “Com recorde de queimadas e fumaça no Amazonas, governo Lula patina no combate à crise”. O governo petista mais uma vez tenta imputar a terceiros a culpa de sua própria negligência e inépcia, sendo o agronegócio considerado pelos organizadores do ENEM a serviço de Lula, ainda que seja um setor da economia que, segundo a revista Forbes, “abastece a mesa do consumidor no país e ainda exporta para 170 países”, configurando-se como o motor de nossa economia, e um principais geradores de emprego e renda, responsável por 24,4% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em Março deste ano, segundo dados oficiais: CEPEA
Como afirmou a ex-Ministra do Agronegócio, Tereza Cristina em entrevista ao programa Voz do Brasil no dia 14 de Agosto de 2020, “O agronegócio brasileiro foi essencial para segurar a atividade econômica durante a pandemia do novo coronavírus, graças a uma safra recorde de grãos e aumento das exportações”. O agronegócio “não ficou em casa” durante a crise sanitária, garantindo nossa estabilidade econômica, e provendo o sustento de milhões de pessoas.
Enquanto isso, o Ministro da Justiça Flávio Dino segue sua marcha rumo às nefastas associações esquerdistas, não se abalando mesmo de forma infinitesimal com as denúncias que lotam as redações jornalísticas e exibem as escusas reuniões com líderes do crime organizado, contando com o apoio de parlamentares aliados, no mesmo velho esquema de interproteção mafiosa.
Em suma, este exíguo ensaio pode ser resumido com as proféticas palavras de Olavo de Carvalho em artigo publicado ainda no ano de 2011: “Nas escolas, as crianças aprendem a cultuar a sodomia e a desprezar a gramática, só fazendo jus aos últimos lugares nos testes internacionais pela razão singela de que não há um lugar abaixo do último. As indústrias chamam técnicos do exterior, porque das universidades brasileiras não vem ninguém alfabetizado. Em todo o território nacional, só três coisas funcionam: a coleta de impostos, o narcotráfico e o agronegócio, que tapa o rombo aberto pelos outros dois e é, por isso mesmo, o mais odiado, o mais xingado dos três.”
Referências:
SCRUTON, Roger. Como Ser Um Conservador. Rio de Janeiro: Record, 2015.
https://forbes.com.br/negocios/2020/12/nem-a-pandemia-de-covid-19-para-o-agronegocio-brasileiro/?amp