Acordos bilaterais com uma França imperialista em declínio, parcerias para o clima com o tesouro americano e venda de terras raras e nióbio para exploração estrangeira.
Legitimidade ao processo eleitoral venezuelano, expulsão de um embaixador na Nicarágua, influência nula na África entre outras humilhações diplomáticas, se não contarmos as “gafes” do atual presidente.
Parece que a diplomacia do terceiro mandato de Lula foi arquitetada para drenar riquezas nacionais e desmoralizar o país internacionalmente, como um ato de vingança de um ex-prisioneiro.
Bem, a causa do desastre não é tão simples de definir, primeiramente porque a diplomacia não envolve apenas o governo, mas sim interesses de Estado — e por isso envolve toda elite acadêmica, diplomática e jurídica do país.
Em segundo lugar, é preciso considerar que nunca vimos Lula comandando o país em um momento delicado como esse, um momento de transformação e transição no eixo de poder global – o Brasil de 2002 era o da explosão das commodities, nada de muito desafiador.
E em terceiro lugar é preciso ter em mente que o corpo diplomático não é de um todo petista, o Itamaraty não é partidarizado, e de lá deveria surgir alguma solução para essa crise que está nos apequenando.
Não estamos lidando com um fracasso diplomático comum, é algo sem precedentes na nossa história recente, o Brasil está sendo humilhado por ditadores sem influência local e no território que deveriam liderar.
Os americanos controlam nossas políticas econômicas, seguimos o plano arquitetado por Polman para a transição energética, a França nos instrumentaliza para influenciar a Amazônia – enquanto perdoamos dívidas de países que nunca nos deram qualquer benefício, sequer uma nota de agradecimento.
O Brasil no cenário mundial é o gordinho que divide o lanche no recreio para se enturmar, o lanche pago com o dinheiro dos pais é tão mal-usado quanto o dinheiro dos nossos impostos.
Chegamos a essa posição vexatória porque nossas instituições têm uma visão opaca do momento atual, não iluministas da diplomacia universalista, conseguem se desprender dos jargões iluministas da diplomacia universalista, como se não tivéssemos pessoas responsáveis por uma política externa, mas uma redação do ENEM.
Basta falar em democracia, união, desigualdade e humanidade que o problema está resolvido e sua nota está garantida. O tabuleiro geopolítico não é uma redação de avaliação educacional no terceiro mundo, o lacre não salvará o Brasil.
O que nossos diplomatas e políticos não enxergam, é que há muito mais do que comércio em jogo, a política internacional deixou de ser uma disputa por mercados e acordos econômicos, países estão em busca de seus interesses de Estado e não de uma balança comercial superavitária ou suprimentos de soja e carne – a Pax americana acabou.
O centro da história humana pós-moderna, é a tentativa de estabelecer um governo e suas reações.
Os BRICS são uma reação ao multilateralismo legalista, a invasão da Rússia uma reação à expansão da OTAN, as eleições para o parlamento europeu uma reação a agressividade dos ambientalistas e assim por diante.
A história não costuma perdoar adolescentes, independentemente da sua nota na redação do ENEM.