Nosso país está passando por convulsões institucionais e sociais, e ao que tudo indica a solução virá da nossa elite tradicional.
Em 2002 Lula chegou ao poder amparado pelo Foro de SP, o diálogo interamericano e boa parte de nossa elite rentista.
Seu plano era aparelhar o Estado do Brasil, agora desde o topo – e enquanto apoia seus companheiros do Foro de SP manter boa relação com o grande capital. O povo brasileiro entorpecido pela hegemonia cultural marxista sequer tinha termos para definir o que estava sendo feito pelo PT, que aparelhou instituições, usou de corrupção para comprar consciências e parlamentares — enquanto apoiava os membros do Foro de SP e entrega aos globalistas docilmente o que era pedido.
O povo sufocado pela tributação, aumento da violência, doutrinação escolar e tutti quanti — não tinha opção senão a revolta civil, que também recebeu um empurrãozinho do USAID.
O Brasil viveu (ou vive) uma tentativa de instauração de ditadura revolucionária, enquanto serve como financiador de outras tentativas pela América Latina.
Existem ditaduras reacionárias e revolucionárias. As primeiras são temporárias por natureza, pois têm ambições limitadas, visam à restauração de um estado anterior e se diluem tão logo alcancem seus objetivos. As ditaduras revolucionárias arrancam as raízes do passado e criam do nada um mundo novo. Não raro, pretendem modificar não só a estrutura da sociedade, mas a própria natureza humana. Promovem transformações tão profundas – e tão perversas –, que, quando se extinguem, já não é possível nem restaurar o que existia nem criar um novo padrão de normalidade. As ditaduras revolucionárias não deixam outra coisa senão um rastro macabro de devastação e morte que só pode resultar em novas ditaduras ou numa decadência longa e irreversível.
A França do Antigo Regime era a nação mais rica e poderosa do mundo. Depois da Revolução, veio de queda em queda até reduzir-se a uma burocracia falida, dependente da ajuda americana, subserviente a ditadores estrangeiros e incapaz de resistir à invasão cultural islâmica.
As ditaduras em formação na América Latina são todas revolucionárias, prometendo a mutação radical e a militarização integral da sociedade; e não são fenômenos isolados, nacionais, mas o resultado de uma articulação continental que começou na década de 60, com a OLAS (Organização de Solidariedade Latino- Americana) e colheu seus primeiros frutos após a criação do Foro de São Paulo em 1990.
As instituições brasileiras foram estremecidas pela investida petista de transformar o Brasil no coração da “pátria grande”, no centro operacional e financiador doprojeto de socialismo continental bolivariano.
Munido agora desses dados, colocado como espectador dos fatos na perspectiva desse que vos escreve — posso provocar o meu leitor a pensar: o remédio para essa crise é pedir mais e mais revolução? Resolveremos os problemas do Brasil dobrando a aposta diante do projeto bolivariano?
Para que tenhamos uma vitória conservadora é preciso pacificar as instituições e restabelecer o jogo político, que sofre intervenções do judiciário e de agentes externos — fora o terrorismo midiático de jornalistas comprometidos com o establishment.
A manutenção de um estado de crise ou exceção só privilegia os inimigos do Brasil, ao povo brasileiro não interessa uma mudança brusca de regime, o parlamentarismo ou uma juristocracia.
Interessa ao Brasil retomar as instituições aparelhadas por inimigos da nação, mesmo que lentamente — pois a crise e a exceção só privilegiam quem já está no poder.