Marxismo cultural é uma teoria ou crítica que sugere que os princípios do marxismo foram aplicados à cultura, às artes e à sociedade em geral, em vez de se limitarem à economia. Essa ideia é muitas vezes associada a debates sobre como as ideologias marxistas influenciam questões sociais contemporâneas, como identidade de gênero, família, raça e classe social, assim como o politicamente correto. Nos últimos 50 anos foi fortemente infiltrado nas universidades e mídia, assim como na indústria cultural. Foi no seio da Escola de Frankfurt que surgiu o conceito de indústria cultural, mais especificamente no livro “Dialética do esclarecimento”, escrito pelos filósofos da primeira geração Theodor Adorno e Max Horkheimer. O marxismo cultural analisa como a cultura e os valores sociais podem perpetuar estruturas de poder e opressão. Defensores dessa abordagem acreditam que a cultura é uma arena onde as lutas de classe e as desigualdades sociais se manifestam.
O conceito continua a ser relevante em discussões sobre política, educação, mídia e cultura popular. As tensões entre tradições culturais e novas ideias sobre justiça social estão frequentemente no centro do debate contemporâneo. Tem sido usado pela esquerda como bandeira de luta para minar os valores do conservadorismo, assim, fazendo uma revolução de dentro do pensamento das massas, nos países.
Apesar de não pertencer à Escola de Frankfurt, talvez o maior ideólogo tenha sido Antonio Gramsci, um intelectual marxista italiano do início do século XX. Gramsci destaca a importância dos intelectuais na construção da hegemonia vigente, ou seja, via indústria cultural. Os intelectuais têm um papel crucial em moldar a consciência social e em promover ideias que podem desafiar ou sustentar a hegemonia vigente. Fomenta a união de diferentes grupos sociais em torno de um projeto comum que busca estabelecer uma nova ordem social. O bloco histórico combina elementos econômicos, políticos e culturais. Para Gramsci, a mudança social requer a construção de um novo bloco histórico que possa desafiar a hegemonia instalada. Sua estratégia revolucionária não seria apenas uma questão de derrubar o sistema econômico, mas também de ganhar a batalha cultural. Isso envolve contestar as narrativas dominantes e criar formas de entendimento e organização social, via a educação, universidades e indústria cultural e suas modas.
Gramsci enfatizava que os movimentos políticos devem ser flexíveis e adaptáveis às condições específicas de cada contexto histórico e cultural. Isso significa que não há uma “receita” única para a revolução; cada situação exige uma análise cuidadosa. Suas ideias continuam a influenciar movimentos sociais, questionando os valores conservadores, como: Família, religião e costumes. Vivemos uma guerra cultural no Ocidente.