Entregou-se tanto ao vício da luxúria que em sua lei tornou lícito aquilo que desse prazer, para cancelar a censura que merecia.
– Dante Alighieri
“Den of iniquity“. Covil da iniquidade.
No Novo Testamento, Nosso Senhor Jesus Cristo condena aqueles que têm usado o templo sagrado como mercado, proclamando que eles “fizeram dele um covil de ladrões“. Até hoje, muitos escritores usam a palavra “covil” para significar um lugar onde atividades iníquas são realizadas, geralmente de cunho sexual.
É óbvio que a denominada “Farofa da G-Kay” trata-se de uma explícita demonstração de hedonismo e libertinagem extremistas. Uma espécie de “ostentação” doentia a um estilo de vida completamente desregrado, inacessível e estranho à grande maioria das pessoas.
Frithjof Schuon diz que “a verdade vem de certo modo do exterior, ela se oferece ao sujeito, que pode ou não aceitá-la“.
Cristo quer dizer que o amor de Deus se manifesta extrinsecamente pelo amor do próximo, lá onde há um próximo, isto é, não podemos amar a Deus odiando nossos semelhantes. Conformemente à nossa natureza humana integral, o amor ao próximo não é nada sem o amor de Deus, ele tira todo o seu conteúdo deste amor e não tem sentido. Nada nem ninguém é independente de Deus, como disse Søren Kierkegaard.
“Amor” é, segundo São Tomás de Aquino, o “desejo de eternidade do ser amado“, portanto, evidentemente transcende a realidade carnal, elevando-se à categoria do metafísico, do imutável, do perfeito.
Práticas sexuais extremistas e hedonistas resguardam tal sentimento? As pessoas ali presentes, no ato sexual desmedido e desprovido de qualquer sentimento além dos impulsos comuns apenas a algumas espécies animais, desejam a eternidade uns dos outros? Têm amor uns aos outros semelhante ao amor que Deus tem por nós, ao ponto de morrer na cruz para que possamos desfrutar da Eternidade a seu lado? A resposta – auto-evidente o quanto for – deixo por conta do leitor que não é ateu.
“A obediência [a Deus] é, em si mesma, um meio de perfeição interior“, completa Schuon. Ser como Deus, eis o destino do homem, pois já fomos feitos à Sua imagem e semelhança.
“O pilar que sustenta a fé não é, pois, a emoção ou a carência psicológica [ou sexual]. É a busca inteligente e clara da verdade, real, objetiva, sólida, externa ao homem“, como lemos em “Lições de Gustavo Corção“, de Marta Braga.
No entanto, em uma época na qual o conceito mesmo de “verdade” já não passa de uma “vaidade pequeno burguesa“, considerada como uma perda de tempo imbecil à luz dos progressos tecnológicos e da “evolução” pós moderna, que espezinha e ridiculariza as tradições judaico Cristãs, nada resta além de humilhar e destruir aqueles que ainda prezam por um estilo de vida de retidão e zelo intelectual e espiritual.
No entanto, é a pulsão sexual o único fator que a cultura popular, a mídia e a intelectualidade esquerdista querem apregoar na mentalidade popular. A pergunta que fica é: Seria proposital a atitude da mídia ao divulgar exaustiva e ostensivamente a vida sexual totalmente desregrada das elites como um objetivo a ser alcançado por todos?
Falaremos sobre isso na segunda parte deste artigo.