O Saber Virtuoso apoia a direita, nossa equipe é constituída das mais variadas vertentes deste espectro ideológico. Temos, em nosso time, libertários, conservadores, liberais e conservadores-liberais, e ainda, dentro de cada um desses “ramos” temos nuances diferentes para cada integrante. Contudo, o Saber Virtuoso preza pela coesão da direita, focamos na convergência das ideias e não da discordância em pontos isolados.
Com base em nossos valores, consideramos por bem apresentar ao público leitor, candidatos ao pleito político que nós consideramos que sejam boas opções dentro do espectro da direita.
Hoje o que nós iremos questionar são as visões de um de nossos integrantes de Equipe, Bruno Sato, que é candidato a vereador pela Cidade de São Paulo.
São Paulo é uma cidade com parâmetros de um país. A eleição municipal na cidade de São Paulo é um capítulo à parte perante as eleições municipais. Temos diversos tópicos para discutir.
Questionamento:
Bruno, o que você poderia me dizer sobre os obstáculos que a direita enfrenta de antemão para essa eleição municipal?
Tudo começa em 2023 após a eleição federal, quando surgem nomes para as eleições municipais, como Ricardo Sales em São Paulo, Paulo Eduardo Martins em Curitiba e Pollon em Campo Grande.
Sabemos bem os motivos pelos quais eles foram boicotados, inclusive dois deles foram colocados de lado ao não conseguir a legenda para as respectivas prefeituras.
O paulistano como também o brasileiro num geral, é adepto do voto de protesto e vai deixar isso claro após Salles ser impedido de concorrer.
A meu ver, isso tira credibilidade dos partidos que se dizem conservadores ao não apoiar candidaturas conservadoras.
E quanto ao Pablo Marçal, qual a sua visão?
Marçal, o grande outsider nesta eleição, o homem da retórica que a direita mediana gosta, com um perfil populista ideal para ser front perante a esquerda num embate para o poder executivo. Porém, uma coisa é vender curso, outra coisa é fazer política e governar bem.
Confesso que temos um risco (mesmo que pequeno), quanto ao Marçal, pois é mais um outsider que poderá mudar o rumo de seu mandato, se eleito for.
Agora, vamos para o Guilherme Boulos, sabemos das suas posições fortes e críticas contra ele, mas apresente ao leitor do Saber Virtuoso o que você pensa sobre ele.
O sucessor nato do Lula. Um candidato que mira o eleitorado da esquerda caviar e de movimentos estudantis. Não podemos o subestimar, a esquerda tem muita força em São Paulo, não por menos o PT já comandou a prefeitura por diversas vezes. É um forte candidato e que poderá chegar no segundo turno, temos de estar preparados para isso.
Temos o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, qual sua opinião?
Um prefeito que até então ninguém o conhecia, um prefeito que não atrapalhou o funcionalismo da cidade quando caiu de paraquedas no comando da prefeitura mais importante do continente.
E para o Datena? O que você poderia dizer?
Datena está personificando e protagonizando o fim decadente do PSDB, que deveria ter aceitado ser vice da Tabata. Vamos ver até 2026, uma quantidade significativa dos poucos tucanos “relevantes” que ainda lá restaram migrando para outros partidos (PSD, MDB, PSB, Podemos e União Brasil) se o próprio não se fundir com um desses, algo que pode ser preciso para que os tucanos não sejam extintos.
Essa é uma candidata que não diverge muito do Boulos, em termos práticos, o que você diz sobre a Tabata?
Um personagem muito importante e peculiar dentro da esquerda, a qual aderiu a agenda globalista. Está sendo preparada para protagonizar o novo teatro das tesouras que o sistema quer implantar, representando um centro-esquerda (papel que o PSDB protagonizou por décadas, representando uma falsa direita) contra o Boulos sendo o sucessor do Lula.
Ideologicamente, a deputada é bem-preparada e temos também de ter o sinal de alerta ligado com ela. Comparando num cenário internacional, ela tem uma semelhança com a Ocasio Cortez nos Estados Unidos.
Do outro lado do espectro ideológico temos a Marina Silva, candidata pelo NOVO, o que pode nos dizer sobre ela?
Sem dúvida, a candidata mais bem preparada nessas eleições municipais, fez parte do governo Bolsonaro no ministério da economia, com o então ministro Paulo Guedes. Marina é uma grande protagonista nessa reestruturação do Novo (que está sendo bom) se tornando um partido de direita de fato. Caso ela não seja eleita para a prefeitura, espero contar com ela em 2026, será uma bela deputada.
Bruno, agora falando em um ambiente mais amplo, o que você me diz que vem ocorrendo com a direita?
Desde que a legenda não foi dada para o Ricardo Sales e Jair Bolsonaro sendo amordaçado, sentimos que a direita que criamos há mais de dez anos está sendo sequestrada e adestrada por uma oligarquia partidária, e aquele que criticar ou alertar será perseguido.
Não temos que ter medo em sermos cancelados, pois aqueles que nos cancelam querem o nosso silêncio, e nós temos que denunciar. Como solução para isso, temos que ir em massa para partidos que nos abriguem e nos dê uma liberdade genuína ou voltarmos para partidos pequenos e operacionar de fato como era para ser realizado no PSL.
Bruno, nós vemos que há problemas dentro da própria direita, o que você pode dizer quanto a isso?
Nesta eleição está ficando claro o “petismo de direita”, onde ninguém pode criticar mesmo que internamente o que estamos vendo de errado, negociatas para que nossos próprios candidatos não tenham legenda em troca de contratos, entre outras coisas.
Uma coisa que infelizmente está acontecendo e ficando cada dia mais claro, são as novas lideranças que estão sendo impedidas de crescerem e criarem protagonismo, por impedimento de lideranças antigas que até têm mandato. Isso é intolerável no nosso ciclo, pois precisamos renovar e a direita jamais terá dono ou donos, além de todo mundo ter o seu papel e importância.
Seguindo o assunto, vemos que a direita tem uma dificuldade de crescimento “especializado”, crescemos em números, mas muitas vezes faltam mais pessoas expoentes, qual a sua opinião?
Neste ano, ficou claro o que falamos a tempos, que nossa militância também não é preparada, nossa militância não tem base política e filosófica para formar novos militantes e novas lideranças, talvez pelo problema que relatamos acima, do “medo” que esses “líderes” têm de perderem espaço e acabam nivelando por baixo o movimento. E quem sai da caixinha como Sales, Pollon, Paulo Eduardo Martins e eu, são postos de lado, mesmo sendo extremamente fiel a nossa pauta de valores.
E para finalizar, qual é o papel da direita no cenário atual, ao seu ver?
A direita tem que se reorganizar e fazer uma faxina se quiser fazer um bom jogo em 2026, temos que tirar dessas municipais uma lição antes que seja tarde demais. Temos que ser pragmáticos, aliarmos com Novo (mesmo com problemas que ficaram no passado) e outros partidos e agentes de relevância para a sobrevivência de nossa agenda.
Uma coisa que definitivamente temos que levar a sério, são os papéis em questão, onde parlamentar tem que ser parlamentar (e não influencer), jornalista tem que ser jornalista, e que os influencers não atuem como “videntes” políticos. Se nos organizarmos e cada um cumprir o seu papel, tudo deve seguir para um rumo mais “normal”.