Se Deus não existe, e a alma é mortal, tudo é permitido.” – Dostoiévski.
Igrejas Cristãs são santuários de adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, mas também espaços de confraternização entre pessoas que buscam manter – ou recuperar – um estilo de vida Conservador, que preza pelo que é puro e esteticamente belo.
Atualmente, as igrejas são, em caráter de urgência, centros de resistência às insanas investidas progressistas, cada vez mais presentes em todo o mundo. Verdadeiros locais de proteção contra toda a heresia que tais pautas representam.
Diz-nos G.K. Chesterton em “O Homem Eterno“: “A igreja é, portanto, única porque é um exército em marcha buscando uma libertação universal. Aquela fé universal e ao mesmo tempo combativa trouxe ao mundo a esperança. Talvez a única coisa que a filosofia e a mitologia tinham em co-
mum era o fato de as duas serem realmente tristes, no sentido de não terem
a esperança, embora exibissem toques de fé ou caridade. No cristianismo a esperança nunca esteve ausente.“
Lênin disse que a melhor maneira de derrotar os oponentes é fazendo-os perder a esperança de lutar por seus direitos. Esgota-se uma população mental, material e espiritualmente, e ela estará pronta para ser escravizada pelo líder comunista da vez.
Privar um ser humano do contato com o Criador, é reduzi-lo à condição inferior a de um animal. Como disse o Professor Olavo de Carvalho, “à condição servil de bichinho.” É negar ao indivíduo até mesmo o direito à sua própria humanidade.
Edmund Burke alerta em “Reflexões sobre a Revolução Francesa“: “Um grupo pretende demolir o eclesiástico pelo poder civil. Estão cientes de que a efetivação da ruína dupla da Igreja e do Estado pode acarretar as piores consequências para o público, mas estão tão exaltados por suas teorias que não oferecem mais do que indícios de que tal ruína, com todos os malefícios que a acompanham, e cuja ocorrência parece-lhes totalmente certa, não lhes seria inaceitável, ou muito distante de seus anseios.“
Revolucionários têm o anseio de privar o indivíduo da origem e imutabilidade do Sagrado, eterno in essentia, reduzindo tudo a categorias puramente terrestres, e temporais, onde um pensamento, uma verdade não têm valor em si mesmos e independentemente de toda classificação histórica, mas unicamente pelo “tempo” no qual são situados. A Esquerda presume relativizar a onipotência de Deus. Presunçosos, não?
Esquerdistas queimam igrejas, símbolos de esperança. Já as queimaram no Chile, sob comando de Gabriel Boric, já as queimaram na Argentina sob comando de grupos feministas, já as queimaram na Nicarágua, onde também houve a prisão do bispo Rolando Álvarez, conhecido por denunciar violações de direitos humanos no governo Ortega. Necessário relembrar o fechamento do comércio e das igrejas por parte de Governadores visivelmente inclinados à Esquerda, principalmente por suas constantes críticas ao Presidente Jair Bolsonaro.
É um fato irrefutável: Esquerdistas Revolucionários querem lucrar causando fome, agitação social, alta de juros e dos preços. Mas, qual é o real motivo e o dano causado pela destruição de Igrejas? A Teologia e a Filosofia Perene nos oferecem algumas considerações:
Disse Frithjof Schuon que “para a Revolução, a Terra torna-se, definitiva e exclusivamente, a finalidade do homem; o ‘Ser Supremo’ [já] não é mais que um paliativo irrisório.” A Esquerda – e contra fatos não há argumentos – nasce notoriamente ateísta, de maneira militante.
Friedrich Nietzsche então, de forma deveras verossímil declara, n’A “Gaia Ciência“, que “Deus está morto.” Podemos interpretar tal assertiva no sentido de que, na liquidez da pós modernidade – como observa Bauman – as relações humanas tornaram-se líquidas, imediatistas e solúveis. A Revolução Industrial e sexual torna-se o centro da vida humana. O ser humano, antes dotado de personalidade e singularidade, torna-se parte do coletivo, apenas uma ferramenta cuja posição na sociedade, na esmagadora maioria dos casos, já é pré determinada antes de seu nascimento. Em um mundo globalizado, cada vez mais sobrecarregado de informações, coaches e teorias miraculosas para “obter felicidade instantânea”, a Esquerda encontra terreno fértil para cometer toda sorte de bestialidades, clamando estar agindo em nome da “liberdade” contra as “imposições beatíficas” da religiosidade. Mas, o Cristianismo vem para tolher as liberdades individuais? Ou o oposto, para oferecer verdadeira plenitude existencial, livre das imposições grotescas de políticos revolucionários e narcotraficantes?
Se a Esquerda crê piamente que Deus não existe – ou “está morto” – qual a razão para queimarem igrejas? Afinal, é impossível insultar um Deus no qual não se crê.
“O homem moderno, ao invés de tentar educar-se pela verdade, busca corromper a verdade até seu nível“, disse René Guénon. Daniel Ortega, Presidente da Nicarágua, é um exemplo: além de notório inimigo do Cristianismo, defende abertamente a liberação total do aborto e das drogas em seu país, como políticas públicas que, segundo ele, agregam “qualidade de vida” à população. Buscam substituir Deus por insanidades. Que o leitor tire suas próprias conclusões.
No entanto, as igrejas sobrevivem. “Não há como escapar à verdade imanente. Como disse Mestre Eckhart – Quanto mais o Revolucionário blasfema, mais louva a Deus”, completa Schuon.
Søren Kierkegaard dizia que “o homem deve despertar a consciência de si não apenas como um ser carnal e temporal, mas sim dotado de eternidade, e que a negação da própria condição imortal leva ao desespero.” O homem necessita do metafísico, do transcendente. A pura realidade material de “Desespero, Doença e Morte” é insuficiente para suprir a demanda humana. E não há libertinagem sexual ou uso de tóxicos – como disse o Professor Olavo de Carvalho – que seja suficiente para suprir a demanda do espírito. As Igrejas sobrevivem, pois a vida humana simplesmente não é, sui generis, possível sem elas.
“O eu aumenta com a idéia de Deus, e reciprocamente a idéia de Deus aumenta com o eu. Só a consciência de estar perante Deus faz do nosso eu concreto, individual, liberto do desespero” completa Kierkegaard. A falta de Deus conduz à obscuridade do Coletivismo.
O Socialismo se apresenta então como a religião coletivista, alternativa ao Cristianismo. Como mencionado em artigo anterior, é a fé metastática da qual falou Eric Voegelin. A ilusão de que é possível criar um “Paraíso Terrestre“. Com drogas e crianças mortas no ventre de suas mães. Insegurança jurídica. Instabilidade política e institucional. Miséria. Cerceamento da liberdade. Imposição totalitária. Leis de proteção a criminosos. Descriminalização da pedofilia. “Paraíso”? Não concordo.
Nas palavras do Padre Sertillanges: “Toda verdade é vida, orientação, caminho para a finalidade do homem. Por isso Jesus Cristo disse como uma única afirmação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”
Esquerdistas queimam igrejas pois consideram como “verdade” apenas suas próprias ideias absurdas.
Por: Pablo Navarro