O Brasil vive hoje um “ponto de inflexão” – conceito matemático que pode ser utilizado para designar um fenômeno social ou “sociológico”, sui generis. “Serei forçado a voltar, a permanecer no lugar onde estou (estagnar) ou conseguirei avançar?” Tais questionamentos permeiam a mentalidade popular.
Todos tremem perante a ameaça Comunista, que já dizimou nações antes prósperas e promissoras, deixando um rastro de miséria e morte. A iminência de uma crise financeira, de inflação, desemprego, altas taxas de juros, carga tributária excessiva, censura da mídia e das vozes dissonantes do “establishment” vigente, da aprovação de leis que concedem cada vez mais “direitos” a determinadas castas sociais – impondo, como bem observa Simone Weil, cada vez mais deveres a todo o restante da população – e, stricto sensu, uma outra realidade econômica, ética, moral e espiritual, que a todos surpreende, impondo mais uma vez o imediatismo – como a libertinagem sexual e a liberação total do aborto, movimento que teve seu início na década de 1960 com teóricos como Michel Foucault – gerando incerteza, pânico e instabilidade perante a degradação do futuro, parece cada vez mais inevitável, obrigando-nos a repensar todos os nossos planos e projetos de vida. O Brasil que “poderia ter sido”, cada vez menos possível graças à ganância de líderes totalitários. Tais situações, não raro, têm um efeito devastador sobre a fragilidade do intelecto despreparado. Passa-se a questionar o valor da boa conduta, da honestidade e da verdade, e, em casos extremos, até a própria existência de Deus. É a sensação de estar “só” em um universo material, absurdo e finito, fadado à destruição do espírito antes da destruição da matéria. O “desespero” sobre o qual discorreu Søren Kierkegaard: “Morrer” por dentro ainda em vida, perder o sentido da existência – como os Judeus nos campos de concentração Nazistas.
A apoteose do niilismo, enaltecido por um sistema que impõe como “realidade” as mais insanas formas de doutrinação ideológica, bem como o ápice do materialismo ateísta – cuja potência material é, mutatis mutandis, negada ao povo, em nome da “igualdade” – a limitação da religião católica a arquétipos visuais e padrões pseudo comportamentais de crítica social Marxista (ignorando por completo a teologia), e o escárnio daqueles que não concordam com o avanço de tais agendas, apresentadas à força como o Progresso Universal.” Divid et Impera: A sociedade dividida em castas cujas reivindicações pouco ou nada acrescentam em valores atemporais, e contribuem apenas para o afastamento da alma para longe da virtude e da beleza – no sentido estético apresentado por Roger Scruton. A arte, a literatura e a música reduzidas a um facsimile grotesco do que outrora teve como finalidade a exposição da espiritualidade e da genialidade.
Disse Pavlov que “a mente submetida a um constante bombardeio de estimulações contraditórias se torna flácida, passiva, incapaz de reagir com inteligência e cada vez mais dócil a sugestões emocionais cristalizadas em símbolos, lugares-comuns e cacoetes verbais.” Músicas cada vez mais emasculantes e imbecilizantes, literatura superficial, cinema como propaganda ideológica. Um mundo cinza, onde a informação se propaga cada vez mais rápido, e o conhecimento é cada vez mais sufocado.
Como reagir a tudo isso?
Homens que se negaram a ser atuais, muitas vezes foram demonizados por seus contemporâneos. Expostos à ignomínia da difamação e do “cancelamento“, ao ódio, à ojeriza e ao escárnio. E é precisamente o fruto do incansável trabalho de tais homens que o mundo como conhecemos, de alguma forma, ainda resiste. Homens que dedicaram suas vidas para o exercício da preservação da sabedoria e da virtude, da beleza como critério estético, da benignidade e da Santa Solidão sobre a qual nos aconselhou o Padre Sertillanges.
“Fugir do mundo material, refugiar-se no mundo das ideias“, aconselha-nos o Professor Olavo de Carvalho, remetendo-se à Filosofia Epicurista.
Disse-nos Frithjof Schuon que “combater o adversário é proteger a mensagem salvadora de Deus“. O adversário é hoje o “homem massa” de Gasset, uma espécie de fera materialista e esvaziada de toda a sua nobreza intelectual e espiritual, que se considera independente de Deus – assim como o Übermensch Nietzscheano – e enxerga na pós modernidade uma época na qual até o próprio conceito de “verdade” tornou-se relativo e solúvel – terreno fértil para sua bestialidade.
No entanto, a história nos prova que, foram precisamente homens que se negaram a sucumbir perante o “novo” e o “moderno”, “Conservando” sempre o que é puro, belo e atemporal em detrimento muitas vezes até de suas próprias vidas, que, não raro, salvaram o mundo, como o icônico Winston Churchill. A “disposição Conservadora” sobre a qual falou Michael Oakshotte.
O “herói das letras” em MJ Gonzaga de Sá de Lima Barreto, que diante da humilhação e da difamação pública não se resigna perante o ressentimento, recolhe-se aos livros, não como um derrotado, amargurado ou ressentido, mas como um herói que sabe que sua contribuição transcende e resiste ao teste do tempo, não é “atual”, é UNIVERSAL. Portanto imortal.
E que certamente virá a ser compreendida, se não pela geração atual, certamente pelas vindouras.
Especificamente daí nasce a verdadeira capacidade de análise cultural, sociológica e, finalmente, política: Julgar a “atualidade” com um ferramental intelectual sólido, ao invés de gastar todo o tempo e energia no fortuito esforço de “acompanhá-la”. “Cada época é salva por um pequeno punhado de homens que têm a coragem de não serem atuais“, disse-nos G.K. Chesterton. Afinal, como admitiu o comunista Mao Tse Tung: “Depois de eliminarmos os inimigos com armas, ainda haverá inimigos sem armas; eles nos combaterão vigorosamente e nós nunca devemos subestimar-los.”
Sejamos estes homens e mulheres, com o bom espírito, e a disposição necessária ao combate!
Quem apoia Comunismo, PT, PCX, PCC, PSOL, etc são seres desumanos e doentes mentais….jamais são chamados de pessoas de bem.