É muito comum a associação dos termos capitalismo e consumismo, tratando ambas as palavras como sinônimas. Será que tal premissa é procedente?
Essa associação remonta aos rascunhos de Karl Marx, sendo reforçada nas teses de Keynes.
- Para Marx o capitalismo força as pessoas a consumirem, tornando-as escravas do sistema.
- Já para Keynes o consumo é a força motriz do capitalismo.
Refutando Marx
Que o ser humano possui necessidade de consumir isso é fato. Contudo, essa necessidade é apenas fixa quando se trata de sobrevivência. Já o luxo, conforto e melhoria de vida, são coisas que o capitalismo proporciona, mas que não são essenciais para uma sobrevivência.
A falácia contida nas ideias de Marx é pautada na crença de que as pessoas são obrigadas a consumir bens que não são indispensáveis, tratando-as como viciadas em consumo, sendo impossível refrear estas vontades, sendo o capitalismo uma ferramenta para tornar o ser humano escravo deste desejo.
O que realmente acontece é que o ser humano não é obrigado a consumir nada que não seja para sua própria subsistência. Reduzi-lo a mero escravo de suas vontades é algo sujo e jogar tal situação em um sistema que não possui qualquer nexo com tal premissa é tão sujo quanto. Se as pessoas compram ou consomem é porque isso acarreta algum tipo de bom sentimento, inclusive conforto.
- O livre mercado dá a oportunidade de as pessoas saírem de uma situação de menor conforto para uma situação de maior conforto.
Refutando Keynes
Para refutar Keynes é necessário um pequeno esforço.
Ele acreditava que a economia, para crescer, tinha que possuir um forte consumo, priorizando ao consumo e não a produção.
- Para Keynes sem consumo não há razão de produzir.
O argumento por ele levantado pode até fazer algum sentido, pois que: para que produzir se ninguém irá consumir?
A tese de Keynes inverte a roda da economia, fazendo com que o consumo seja o centro da economia.
Este argumento cai por terra facilmente quando a realidade é levada em consideração. A base do contra-argumento é simples: ninguém pode querer algo que não exista, e caso ainda sim queira terá de ser produzido antes do consumo.
- Ex: O avião só foi “consumido” após sua produção, antes de produzi-lo era inviável saber se seria ou não aceito para consumo.
- O mesmo acontece com os celulares, eram praticamente de pouco uso, até que produziram algo tão fascinante que todos querem consumir.
Ao promover o consumo no lugar da produção cria-se problemas de alocação de recursos e mão de obra, vez que as empresas estarão muito mais focadas em atender as demandas geradas pelo governo, através do incentivo ao consumo, do que produzir algo inovador.
Um dos problemas em adotar o foco no consumo e não na produção reside no fato de ser necessário uma constante expansão de crédito, aumentando, assim, a inflação.
Para criar um consumo desenfreado é preciso dar as pessoas vontade de continuar consumindo algo, mesmo que aquilo que se esteja consumindo não tenha uma utilidade superior a o que era anteriormente consumido. Gerando um desperdício de recursos e mão de obra, causados pela má gestão econômica de um país ao forçar o consumo.
- Criou-se no Brasil a normalidade de obtenção de crédito a longuíssimo prazo, pagando o dobro ou o triplo para comprar algo que muitas vezes não supera a utilidade daquilo que se tem no momento.
Perpetua-se o pensamento de não poupar (capitalizar). Aquilo que se ganha é feito para consumir e não para produzir.
O que significa o termo capitalismo?
Capitalismo remete a detenção de capital, seja dinheiro ou bens que valem dinheiro. Capitalistas, então, seriam pessoas detentoras de capital.
Qualquer um pode ser um capitalista, basta que acumule capital. A visão negativa em acumular capital disseminada por Marx em nada tem a ver com a realidade.
O acúmulo de capital é necessário para que se possa aumentar a produção, ou mesmo comprar algo que requeira mais capital do que aquele que a pessoa possui no momento.
Fontes:
https://mises.org/wire/capitalism-doesnt-cause-consumerism-governments-do
Interessante seu ponto de vista, onde enxerga o capitalismo como algo não maléfico. Hoje, na prática, uma nação não funciona sem ele, ou talvez um “misto” do capitalismo com outras ideias pouco ortodoxas. Acredito que o fator do consumismo é diretamente ligado a fatores humanos, como por exemplo: influências, desejos e propagandas. É através destes elementos que o consumidor, seja ele apto ou não para adquirir algum produto, consumirá algo ou não. Não existe consumo obrigatório, o humano é estimulado ao consumo. Estes estímulos são mostrados a todo momento, pois eles já estão enraizados no cotidiano.