Ler é uma atividade mais que recomendável, porque necessária ao desenvolvimento da inteligência e do espírito criativo do ser humano. Aliás, aliada à inventividade, nada mais representativo da busca pelo conhecimento verdadeiro do que a leitura inteligentemente direcionada a propósitos edificantes.
Dito isso, há de se reconhecer que não há apenas uma forma de leitura, menos ainda tal atividade intelectual se encerra em si mesma, independentemente de objetivos e critérios responsáveis pela classificação da eficácia do próprio ato de ler.
Por conta dessa razão, e de tantos outros argumentos muito mais abalizados e historicamente sedimentados, Sertillanges (2010, p. 124) ensina que existem quatro espécies de leitura, apresentadas logo a seguir, concisamente.
Em “A vida intelectual”, obra monumental, o filósofo e teólogo francês afirma: “Para ser um pouco mais preciso, eu distingo quatro espécies de leitura. Lê-se para ter uma formação e ser alguém; lê-se em vista de uma tarefa; lê-se como treinamento para o trabalho e para o bem; lê-se por ser uma distração. Há leituras fundamentais, leituras ocasionais, leituras de treinamento ou edificantes, leitura relaxantes” (SERTILLANGES, 2010, p. 124, grifos no original).
De todo modo, admite-se que “todas essas formas de leitura têm algum proveito a tirar de nossas observações; cada qual apresenta também exigências particulares. As leituras de fundo requerem docilidade; as leituras que aproveitam as oportunidades exigem bom domínio mental, as leituras de formação ou treino pedem empenho, as leituras para distrair-se dependem da liberdade” (SERTILLANGES, 2010, p. 124).
Em outras palavras, há distintas maneiras de se ler a depender dos propósitos em razão dos quais o leitor se dispõe a empregar o seu tempo na realização dessa atividade fundamentalmente intelectiva. No entanto, a despeito da finalidade imediatamente pretendida, quando se tem em mãos boas literaturas, o contato com a palavra escrita, por si só, é capaz de gerar bons frutos, em especial se empreendido de maneira periódica, com metodologias adequadas e amparado em interesses genuínos.
Por fim, é óbvio que este assunto não pode ser abordado em um único artigo. Por isso, é importante que você, leitor(a) do Saber Virtuoso, atente-se para as próximas publicações referentes à área de Educação, em que analisaremos não apenas as espécies de leitura, mas, sobretudo, ferramentas de ensino e aprendizagem, indispensáveis em um mundo digital onde há tantas informações e poucos filtros eficientes de conhecimentos essencialmente relevantes.
Referência:
SERTILLANGES, A. D. A vida intelectual: seu espírito, suas condições, seus métodos. Tradução Lilia Ledon da Silva. São Paulo: É Realizações, 2010.
Parabéns pelo trabalho!!