“Aborto pode ser legalizado no Brasil por via judiciária”. Esta é a aterradora notícia veiculada pelo Jornal Opção (https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/aborto-pode-ser-legalizado-no-brasil-via-judiciaria-521928/) no dia 19 de Agosto de 2023. Ainda segundo o site de notícias, a “ADPF 442 tem como objetivo a descriminalização da interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre. Isso que dizer que o aborto poderá ser legalizado no Brasil em gestações de até 12 semanas (três meses gestacionais).”
Segundo o site “Famivita”, “o risco de aborto [espontâneo] praticamente some na 12a semana […] o embrião é promovido a feto e mede, em média, 11 cm. Seus órgãos já funcionam e ele faz pequenos movimentos com a cabeça, mãos e dedinhos. Seu rosto começa a tomar forma e as orelhas, olhos, boca e nariz vão ficando similares aos do nascimento.” (https://www.famivita.com.br/conteudo/categoria/3-meses-de-gravidez/)
Ou seja, na 12a semana, o feto já é um ser humano com órgãos funcionais, e a única “modalidade” (utilizando aqui um eufemismo) de assassinato intrauterino possível é o deliberado, consciente e proposital “aborto legal”.
A corajosa e competentíssima Deputada Estadual conservadora Ana Caroline Campagnolo (PL – SC) postou em seu canal do YouTube o vídeo que mostra qual é o nefasto procedimento de um aborto legal: https://youtu.be/CsP-rHpmCi0.
Obviamente a “liberdade sobre o corpo” das abortistas não se estende ao corpo do bebê em seu ventre, potência humana senciente e cognoscente, mas isto não causa surpresa, afinal o respeito à vida humana nunca fez parte do repertório revolucionário em nenhuma esfera de atuação. Tudo calcado, como disse Roger Scruton, na “inclusão gradual das disposições de bem-estar social na lista de garantias
constitucionais.”
“A menos que o ‘contrato entre os vivos’ possa ser redigido de tal forma que os mortos e os que ainda estão por nascer dele façam parte, este acordo converter-se-á em um contrato de apropriação dos recursos da Terra em benefício dos residentes temporários”, prossegue Scruton. O “contrato social” proposto pelas feministas tem deixado um rastro de sangue inocente, em nome de um suposto “bem-estar ” de libertinagem ideológica.
“A família foi considerada por todos, de St. Just a Lenin, como inimiga dos projetos revolucionários. Marx e Engels dedicaram um livro à destruição da “Família Sagrada”, que viam como a excrescência ideológica da propriedade e da exploração”, portanto, na lógica interna da obscura cartilha feminista, o assassinato intrauterino visa a contribuir para atingir a tão sonhada utopia socialista.
“Quanto mais aprendemos sobre a Gnose* da antiguidade, mais certo torna-se que os movimentos intelectuais modernos, como o progressismo, positivismo, Hegelianismo, e Marxismo, são variantes do gnosticismo”, alertou-nos Eric Voegelin. As ideologias visam substituir até mesmo o mais prosaico bom-senso. É a ideologia que fez do ser humano o único mamífero capaz de matar sua própria prole ainda no útero. Muitas feministas veganas não comem carne, para proteger a vida animal, enquanto sacrificam seus próprios filhos. Faz sentido para você? Para nós também não. Como previamente mencionado, fazem isso em nome de um suposto estado de “bem-estar”. Mas, como disse-nos Frithjof Schuon:
“Não esqueçamos, por outro lado, que o ‘bem-estar’ é coisa relativa por definição; quando o homem se
coloca unicamente no ponto de vista material, ele destrói o equilíbrio normal entre o espírito e o corpo e desencadeia apetites que não têm em si mesmos nenhum limite”.
Onde está o limite no assassinato intrauterino de bebês? A busca por uma vida de permissividade ascética e extremista, onde a sexualidade torna-se o único objetivo e epicentro existencial, certamente não será uma vida dedicada à caridade e à empatia, ou à elevação intelectual e espiritual.
A legalização do aborto sempre foi uma das principais prerrogativas revolucionárias das esquerdas mundiais.
Desde o momento no qual Theodor Adorno decretou que “a arte está morta” em detrimento da “cultura popular” imediatista, hedonista e dispersa, e os notórios ateus Wilhelm Reich e Simone de Beauvoir decidiram transformar o Ocidente em um gigantesco “filme adulto” coletivo e a céu aberto, o “sexo livre” e os “direitos da mulher sobre o próprio corpo” ascenderam à condição de garantias inalienáveis, até mesmo supra-divinas. Como bem pontuado por Theodore Dalrymple no livro “Nossa Cultura… Ou o que restou dela”, de Beauvoir e Reich sonharam com uma sociedade na qual “uma incontida liberdade pessoal é o único bem a ser buscado; qualquer obstáculo a isso é um problema a ser superado.”
O direito da mulher ao aborto é hoje senso comum entre as elites políticas e universitárias revolucionárias brasileiras, e a mulher que quiser gerar filhos em um casamento tradicional passou à condição de “dissidente” da causa militante, uma herege, a Eva que se nega a comer a maçã, e que como Santa Catarina de Alexandria, deve pagar por seu apego inegociável à verdade, à doutrina Cristã, à justiça e ao respeito à vida em sua totalidade carnal e espiritual, em detrimento de – como aborda René Guénon – qualquer “poder temporal”, mundano e decaído. A própria Deputada Ana Caroline Campagnolo sofreu perseguição ideológica por não se dobrar aos ditames ideológicos na Universidade.
“É uma marca da liberdade política da sociedade capitalista que os homens possam advogar e trabalhar abertamente à favor do socialismo. Igualitariamente, liberdade política em uma sociedade socialista exigiria que os homens fossem livres para advogar à favor da introdução do capitalismo. Como poderia a liberdade para advogar à favor do capitalismo ser preservada e protegida em uma sociedade socialista?” A indagação de Milton Friedman é simples, mas não simplista. E a cada dia que passa, diante da censura sofrida por liberais clássicos, Cristãos e conservadores nas redes, a resposta parece mais nítida: Simplesmente não é possível advogar por uma sociedade capitalista, conservadora, pró-vida, pró liberdade de expressão e Cristã no Brasil socialista.
Em notícia veiculada pelo YouTuber católico e conservador Bernardo Küster, “Padre Joãozinho CONFESSOU que os Bispos brasileiros desejam REGULAR o “carisma digital” – canais e perfis católicos que possuem relevância na internet.” (https://www.youtube.com/watch?v=kf2afJjim3Q)
Busca-se a subversão do tradicionalismo e a obtenção da hegemonia cultural, midiática e informacional progressista a qualquer custo, nem que para isso seja necessário – no melhor estilo Xuxa Meneghel – “reescrever a Bíblia”, remoldá-la aos ditames ideológicos neo-ateístas, para que o assassinato de bebês no ventre materno passe a estar em “concordância” com o Cristianismo. Oficializou-se a blasfêmia como Modus Argumentandi. Afinal, como disse Simone de Beauvoir, “no conjunto da civilização oriental e greco-romana, o aborto era permitido por lei. Foi o cristianismo (sic) que, nesse ponto, revolucionou as idéias morais, dotando o embrião de uma alma.” É aterrador percebermos que para a feminista-ateísta militante Simone de Beauvoir, o Cristianismo é apenas uma mentira ideológica. Que resta para o ser humano se tudo é mentira?!
De fato o “Materialismo Histórico” Marxista tem algo em comum com o Novo Testamento, mas não como querem nos fazer acreditar os teólogos da libertação como o Senhor Leonardo Boff, e sim com 1 João 5:19: “o mundo jaz no maligno.” Matar bebês no útero é algo que não tem nada da verdadeira caridade católica em si mesmo. Negar a própria alma imortal, reduzindo-se à condição de amontoado de células fadadas ao desaparecimento total – como o fez Simone de Beauvoir – também não.
No entanto, o PT e a esquerda brasileira, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura e da Petrobrás Cultural, financiam projetos ideológicos que ofendem, ridicularizam e atacam frontalmente o conservadorismo e a fé Cristã, enquanto endossam explicitamente o “aborto legal”, como é o caso do livro “Um Útero É Do Tamanho De Um Punho”, de Angélica Freitas. Um exíguo excerto da supracitada “obra literária”, financiada com dinheiro público:
“um útero é do tamanho de um punho
num útero cabem capelas
cabem bancos hóstias crucifixos
cabem padres de pau murcho
cabem freiras de seios quietos
cabem as senhoras católicas
que não usam contraceptivos
cabem as senhoras católicas
militando diante das clínicas
às 6h na cidade do méxico
e cabem seus maridos
em casa dormindo
cabem cabem
sim cabem
e depois vão
comprar pão
[…]
manha manha
pata de aranha
quem manda nas entranhas
de mamãe
tiru tiru
lero lero
__ a-b-o-r-t-o-u”
Em Mateus 19:14, lemos as palavras de Nosso Senhor: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam;” e não “impeçam as crianças por meio do aborto.” Não creio que Angélica Freitas tenha como uma de suas atividades diárias a leitura da Bíblia Sagrada.
É óbvio que, ao lermos material da extrema esquerda como “Um Útero É Do Tamanho De Um Punho”, estamos diante de uma demonstração de ideologia satânica explícita, de um Modus Pensanti “concebido de modo a envolver o leitor em um raciocínio blasfematório sem que ele se dê conta da culpa que passa a compartilhar com o autor ao seguir seus raciocínios”, como pontuou Olavo de Carvalho no livro “Maquiavel ou A Confusão Demoníaca”; mas, como escreveu o supramencionado filósofo no livro “Símbolos e Mitos no Filme O Silêncio dos Inocentes”, “Sócrates e o vedantismo iam mais longe, decretando que o único mal é a ignorância.”
A militância feminista mostra-se ignorante para com as condições do bebê na 12a semana de gestação, ignorantes (talvez propositadamente) para com o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e ignorantes para com os assuntos mais pertinentes à saúde delas próprias, como vemos em matéria publicada pelo site “Mulher Consciente” (https://mulherconsciente.com.br/dia-a-dia-com-saude/aborto-induzido-pode-aumentar-risco-de-cancer-de-colo-do-utero/) onde se lê que “mulheres com história de um aborto enfrentam 2,3 vezes maior risco de ter câncer de colo de útero, em comparação com mulheres sem história de aborto. Mulheres com dois ou mais abortos enfrentam um risco 4,9 vezes maior. Outros tipos de câncer também têm maior risco de se desenvolver após abortos simples ou múltiplos, como por exemplo o de ovário, mama e fígado.”
Ou seja, mesmo os abortos “legais e seguros” podem trazer à militante feminista a epítome da sua autoproclamada “liberdade”: Um câncer maligno e uma morte prematura. Viva a liberdade! Viva a Esquerda! Na filosofia clássica, diz-nos Olavo de Carvalho, isto chamava-se “argumento suicida.” Infelizmente o bebê no útero não pode pedir para que a mãe pondere os riscos que matá-lo pode ter em si mesma.
As incongruências internas e externas de tais discursos Marxistas multiplicam-se quase que com a mesma velocidade com a qual as inocentes jovens que aderem à sua ilusão hipnótica reproduziriam, caso não abortassem.
É consenso que hoje vivemos em uma sociedade indulgente à libertinagem, e aos mais animalescos “estilos de vida”, tudo em nome de um suposto “respeito à diversidade”. Mas, a questão é bem mais complexa do que a Rede Globo e o STF querem fazer você acreditar que é.
“Quando o sujeito que defende o aborto e exige a sua aplicação sob a alegação de que uma mulher é o Rei Sol de seu próprio corpo, será que essa pessoa não se esquece de que o feto não é puramente parte de seu corpo, mas um ser distinto em formação e é, até que a partenogênese se torne regra, o produto, para usar um termo neutro e impessoal, de outra pessoa também?”
O questionamento proposto por Theodore Dalrymple no livro “Em Defesa do Preconceito” mantém-se atualíssimo e irrefutável.
Não podemos exigir consciência paternal de um homem que deliberadamente se deita com uma feminista militante pró-aborto, afinal, como lemos em Provérbios 7:
“Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta e cheia de astúcia na alma. Ela é sedutora e espalhafatosa, seus pés não suportam ficar em casa; um momento na rua, outro nas praças, em cada esquina se detém à espreita de sua vítima”; e em Timóteo 5:13:
“Mais do que isso, aprendem também a ser desleixadas em relação ao trabalho, perambulando de casa em casa, e não somente dadas ao ócio, mas também fofoqueiras e indiscretas, comentando assuntos que não lhes dizem respeito.”
O principal “assunto que não diz respeito” às feministas militantes, é o direito inalienável à vida alheia. Direito este que, com relação a elas, é sacrossanto, mas que, convenientemente, com relação à vida em formação em seus próprios úteros, passa a ser uma “opressão patriarcal.” Hipocrisia assassina.
Mas, o quê esperar de mulheres que têm em grande estima revolucionários insanos como Wilhelm Reich, que consideraram a santa instituição do matrimônio monogâmico apenas um artifício da “moral compulsória reacionária”?
No vasto repertório esquerdista de decadência cultural, encontramos em Wilhelm Reich talvez um de seus mais raivosos progenitores, chegando a afirmar que “não existe decência inata”, e que “[a decência] somente pode ser adquirida por meio de uma fábrica de ideologias” conservadoras que, ainda segundo o autor, constituem “logicamente um equívoco”, pois “ao lado do modo de vida monogâmico, o poligâmico, respectivamente o promíscuo, de acordo com seu volume e intensidade, teve um papel certamente mais importante” para a “existência da sociedade humana, do Estado, da civilização e da cultura.” Wilhelm Reich simplesmente ignora o milagre do Santo Batismo, da observância aos 10 Mandamentos, e de uma vida de vigília, abstinência, jejum e oração. Daí para o aborto, é necessário menos do que um sopro, pois toda a ordenação interna dos indivíduos envolvidos (de todos os sexos e “gêneros”) já está corrompida, como diria Olavo de Carvalho, “até a medula.”
Este é o resultado da disseminação da blasfêmia travestida de autoridade intelectual, acadêmica e científica, como propagada por ateístas como Simone de Beauvoir, que ousaram diminuir a Santa Doutrina Cristã à mera categoria de expressão ideológica, atribuindo à salvação da alma (!) o status de “capricho pequeno-burguês”, uma ilusão, ou mesmo uma forma de dominação capitalista patriarcal. Afinal, como pensava Karl Marx, “a religião nada mais é do que uma forma de entorpecente.”
No entanto, lemos também em Provérbios 31:10-31: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias. O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.”
São as mulheres virtuosas – como a Deputada Ana Caroline Campagnolo – que mantém uma fagulha de esperança viva na luta contra a legalização da morte e pela preservação da vida.
Nenhuma mulher que milita à favor do aborto, foi gerada no útero de uma mãe que militou à favor do aborto.
E com relação às vítimas inocentes… Para o verdadeiro Cristão, morrer é lucro, pois “no entendimento Cristão a morte em si é uma transição para a vida”, como escreveu Søren Kierkegaard.
Cremos que os bebês inocentes abortados – dotados de uma alma imortal, quer Simone de Beauvoir concorde ou não com isso – adentraram a eternidade ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo, sem precisar antes viver, sofrer, adoecer e morrer neste vale de lágrimas que se tornou o mundo pós-moderno.
Com relação às “não-mães” abortistas, no entanto, resta apenas Lucas 23:34: “Pai, perdoa-lhes, elas não sabem o que fazem.”
Do Grego “Gnosis”: Conhecimento.
Referências:
SCRUTON, Roger. Como Ser Um Conservador. São Paulo: Editora Record, 2015. (Pgs. 38, 202).
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970. (Pg. 154, 155)
VOEGELIN, Eric. Modernity Without Restraint. Columbia: Missouri University Press, 2000. (Pg. 247)
SCRUTON, Roger. Pensadores da Nova Esquerda. São Paulo: É Realizações, 2014. (Pg. 177).
SCHUON, Frithjof. Sentido das Raças. São Paulo: !BRASA, 2002. (Pg. 41)
DALRYMPLE, Theodore. Nossa Cultura… Ou o Que Restou Dela. São Paulo: É realizações, 2015.
(Pg. 282)
GUÉNON, René. Spiritual Authority and Temporal Power. New York: Ghent, 1929.
FRIEDMAN, Milton. Capitalism and Freedom. Chicago: The University of Chicago Press, 2002. (Pg. 16)
FREITAS, Angélica. Um Útero É Do Tamanho De Um Punho. São Paulo: Cosac Naify, 2013. (Pgs. 48, 49)
CARVALHO, Olavo de. Maquiavel ou A Confusão Demoníaca. Campinas: Vide Editorial, 2011. (Pg. 24)
CARVALHO, Olavo de. Símbolos e Mitos no Filme “O Silêncio dos Inocentes”. Rio de Janeiro: PDF. 1996. (Pg. 12)
DALRYMPLE, Theodore. Em Defesa do Preconceito. São Paulo: É Realizações, 2015. (Pg. 11)
REICH, Wilhelm. A Revolução Sexual. Rio de Janeiro: Editora Guanabara S.A., 1988. (Pgs. 162, 163)
CARVALHO, Olavo de. O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota. Rio de Janeiro: Record, 2013.
KIERKEGAARD, Søren. The Sickness Unto Death. New Jersey: Princeton University Press, 1941. (Pg. 24)