Já sabemos o modus operandi do sistema e da imprensa para “gerar” a verdade universal, ou pelo menos a verdade das massas.
Os artigos anteriores apontam a forma e os meios utilizados somando a isso autores de peso, principalmente para este caso: George Orwell e Aldous Huxley, este com o Admirável Mundo Novo e aquele com o 1984. São duas obras de extrema importância para trazer um pouco de distopia na vida real.
Análise política – Ministério da verdade – Saber Virtuoso
A dúvida como objeto da razão – Saber Virtuoso
Análise política – Desinformação, jogo político e checagem de fatos. – Saber Virtuoso
A verdade das massas não é a verdade real, e nem poderia ser, ainda que seja baseada em uma suposta base científica. A conotação do que é ou não verdade vai depender do discurso realizado pela mídia, assim como da imoralidade perpetrada pelo governo. Logo, longe daquilo que pode ser considerado verdade de fato.
Para tanto vamos por partes.
A ciência
A ciência é muitas vezes contraditória em si mesma quanto as hipóteses e teses que são elaboradas. Fato é que estas teorias que podem até ser contraditórias apresentam soluções muitas vezes divergentes e outras, que por incrível que pareça, similares. A própria ciência é baseada no ceticismo e na discussão do que é e no que deve ser ou até naquilo que pode vir a ser. Logo, pegar uma tese apenas por afinidade ou apelo moral não lhe dará o status de verdade.
Karl Popper, em seu livro “Conhecimento Objetivo, traz o seguinte:
- “Assim o teórico puro tem mais de um modo de ação aberto para si: e ele escolherá um método tal como o método de tentativa e eliminação de erros somente se a sua curiosidade exceder a sua frustração com a incerteza inevitável e a incompletude de todos os nossos esforços. É diferente com ele enquanto homem de ação prática. Pois um homem de ação prática tem sempre que escolher entre algumas alternativas mais ou menos definidas, já que mesmo a inação é um tipo de ação. […], não há confiança absoluta, mas como temos que escolher, será “racional” escolher a teoria mais bem testada.”
Este grande Mestre viu com perfeição a forma de como utilizar o conhecimento, ou seja, na dúvida vá pelo testado. Não confie naqueles que dizem que algo é correto apenas pelo sentimento empregado, a quantidade de pessoas que acredita em algo não torna a coisa verdadeira.
A mídia
A mídia é um problema tão grande, ou até maior, do que o governo no que toca a capacidade de manipulação. E para piorar, é normal que ambos se juntem para atingir e modificar a opinião das massas criando a verdade das massas.
Em regra, a classe intelectual – apenas no nome – possui padrões morais e éticos um tanto quanto questionáveis – aqui me auto censuro para evitar censuras – e com o passar do tempo estes padrões morais e éticos começaram a enraizar-se na população em geral. Agravando ainda mais a situação temos que estes vulgos intelectuais ocupam todos os grandes espaços da mídia e disseminam suas asneiras.
O grande Mestre Olavo de Carvalho, como sempre tendo razão, diz o seguinte em seu livro “O imbecil coletivo”:
- “Mas, a partir do momento em que a publicidade democratizada governa, surge o seguinte problema: os critérios e valores, o modus ratiocinandi, a ideologia da publicidade, em suma, torna-se a ideologia dominante. O marketing, ao dominar o debate público, determina automaticamente os critérios da verdade e do erro, do bem e do mal, do certo e do errado, do lícito e do ilícito.”
A bom exemplo disso podemos utilizar o tratamento dado pelos intelectuais e a mídia durante a pandemia. Alardes diários e uma lista interminável de mortos, era tudo o que passava nos jornais, tudo o que era dito pelos intelectuais. Tudo isso para piorar ainda mais o medo que as pessoas já tinham da situação. A verdade das massas era: O covid vai te matar. A realidade é que em números absolutos a covid não foi um monstro tão terrível.
O governo
O governo jamais pode ser utilizado como parâmetro para a verdade, assim como para a moralidade e a ética. Não nos esqueçamos, que o nazismo, o fascismo, a escravização, a segregação racial, todas estas atrocidades foram um dias aceitas e inclusive incentivadas pelos governos.
Sabendo que o governo apesar de ser uma entidade fictícia e ao mesmo tempo abstrata, é possível indicar quem faz parte do governo, mas não apontar diretamente para quem é o governo.
Integram o governo, de forma ampla, toda a sociedade, pelo menos em tese. Isso baseado na democracia, na qual o povo detém o poder e determina o que os governantes devem ou não fazer.
Entretanto sabemos que não é bem assim. Não há proporcionalidade real nas representações e quando tentam impô-la acabam com a liberdade de escolha. Não digo apenas em questões sociais, mas também no que toca o sistema representativo do país. A título de informação, o senado é composto de 81 senadores, sendo 48 provenientes do norte e do nordeste, a população destes estados, ao todo 16, chega por volta de 40% da população nacional, contudo possuem 60% da representatividade nessa casa legislativa. – A forma de representatividade e seus problemas será abordada em artigo posterior.
Voltando ao ponto da verdade do governo, este cria por meio de imposições de leis e políticas públicas forçando uma alteração na moral e nos costumes induzindo um progressismo com base na destruição e demonização daquilo que é amplamente aceita pela sociedade. Como exemplo podemos apontar a relativização dos crimes sexuais e a criação de banheiros unissex. Mais recente pode ser apontado a decisão do STF que derruba leis estaduais que vetavam a utilização de linguagem neutra em seus territórios.
Sim, aqui atribuo ao STF status de integrante do governo, pois este o integra de forma geral. Na prática, a definição de governo é bem diversa daquela que se encontra na teoria. Na realidade, praticamente qualquer um que tenha influência pode fazer parte do governo, direta ou indiretamente, desde que seus projetos e intenções sejam aplicadas pelo governo, agora em sentido estrito.
A verdade da massa
A verdade deixa de ser verdade quando torna-se um número a ser auferido pela quantidade de adeptos daquilo que se propõe ser verdade, o fato em si não terá importância, apenas será observado o apelo popular para dizer o que é ou não verdade.
A mídia interferindo na opinião pública tem este poder. O governo ao impor leis que alteram costumes e a moral da sociedade, tem este poder. Ambos criam “verdades”.
Estes dois entes tem a forma de dizer o que é ou não ciência, o que é ou não certo e errado, e esta atribuição por si só é capaz de arruinar a verdadeira ciência e a verdadeira verdade. Criando fatos palatáveis e sentimentais escolhendo exatamente aquilo que lhes for mais conveniente e assim manipulando a opinião popular para criar a verdade das massas.
Fontes:
Do espírito das leis – Montesquieu
O imbecil coletivo – Olavo de Carvalho
1984 – George Orwell
Conhecimento Objetivo – Karl Popper