Luiz Inácio Lula da Silva foi “eleito”.
No entanto, sua campanha limitou-se à atuação em redes sociais – com exceção às raras aparições públicas, nas quais discursou para um nicho eleitoral notoriamente menos numeroso do que reuniu seu oponente, Jair Bolsonaro.
No entanto, a mídia “oficial” trabalha o nome do ex-metalúrgico com aparente convicção de tratar-se de um legítimo líder popular, amado por mais de 50% dos cidadãos. Isto, a priori, reflete a realidade concreta dos fatos?
No livro “O Futuro do Pensamento Brasileiro” (bem como em diversos outros), o Filósofo Olavo de Carvalho expõe vários conceitos sobre como opera a macroestrutura de poder dos Esquerdistas – quer com apoio da Sociedade Civil, quer não – e como o apoio popular é, tout court, irrelevante para que o “Estado” (e seus órgãos “oficiais, como o TSE) imponha suas vontades à população – que, no Brasil já resta comprovado: É majoritariamente Cristã e Conservadora, e “torce o nariz” para os ditames progressistas da elite política esquerdista.
Desde a arquitetura de Brasília, DF, projetada especificamente – como também aponta Olavo de Carvalho – para ser uma espécie de superestrutura centralizadora do poder, inviabilizando manifestações populares, até os locais de moradia dos políticos, inacessíveis ao público, altamente protegidos e fortificados – em detrimento de políticas públicas propostas por estes mesmos políticos de desarmar a população e desmilitarizar as polícias.
No entanto, a inacessibilidade a personalidades públicas que compõem a política Brasileira não é apenas geográfica. Parafraseando o Professor Olavo de Carvalho em O.F.d.P.B, políticos têm todo um aparato de assessoria preparada para manter os cidadãos comuns longe deles.
Consideram-se a classe “superior“, “deuses entre os mortais“, como escreveu o Professor Olavo, ipsis literis.
Interessante questionar: Os eleitores “comuns” da Esquerda – os não militantes – têm acesso aos políticos nos quais votam? Jair Bolsonaro sempre esteve em meio a multidões que o idolatram. “Idem velle, idem nolle.”
No entanto, judiciário e mídia operam em uníssono para implantar uma ordem sócio-política que visa contrapor a ordem vigente.
O Judiciário ignora a constituição, mas é intencional.
Ronald Dowrkin foi explícito ao declarar em “Levando os Direitos a Sério” que “argumentamos em favor de um princípio, debatendo-nos com todo um conjunto de padrões – eles próprios princípios e não regras – que estão em transformação, desenvolvimento e mútua interação. Esses padrões dizem respeito à responsabilidade institucional, à interpretação das leis.”
Dworkin argumenta, stricto sensu, que “o Direito deve ser regido pela moral”, e, como aponta o Professor Olavo de Carvalho, que “ater-se ao significado originário da Constituição é ‘falsa humildade‘.”
Ou seja, o artifício retórico funciona como validação à irresponsabilidade judicial, mas não agrega substância real ao exercício da jurisprudência, afinal como bem observou o Sociólogo Émile Durkheim, “Quando a moral é suficiente, a lei é desnecessária; quando a moral é insuficiente, a lei é inaplicável.” Falaremos sob o impacto da mídia na decadência cultural da sociedade brasileira em outro artigo.
Sócrates disse, há mais de dois milênios atrás que “um sistema de moralidade baseado em valores emocionais relativos é uma mera ilusão, uma concepção totalmente vulgar que não possui nada de verdadeira em si.” No entanto, a hermenêutica interpretativa das “leis” vigora com força total. Qualquer similaridade à realidade brasileira contemporânea ser mera coincidência fica a cargo da consciência do leitor.
O que importa é: Estamos em um sistema jurídico e político estável, no qual a letra da lei é respeitada, e a opinião pública – parte integrante da política – como explica o Deputado Federal Luiz Phillipe de Orleans e Bragança em “Por que o Brasil é um País Atrasado” – é respeitada? Pelo menos tentam nos fazer crer nisso.
O Art. 5° da Constituição Federal diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Talvez trata-se da percepção Orwelliana, “alguns são mais iguais que os outros.”
Por: Pablo Navarro | Acredita-se que, em regra, os que são eleitos devam ter popularidade, porém o que aconteceu no Brasil foi exatamente o inverso.