Já abordei este assunto sob outros prismas, entretanto acredito que sempre há espaço para definir e delinear melhor a falácia da desigualdade social. Não por ser algo de muita complexidade, mas por ser um tema onde falácias e clichês se fazem presentes das mais variadas formas e combatê-las é algo essencial para qualquer um que possua honestidade intelectual.
A desigualdade social ocorre por vários motivos, entretanto o único motivo realmente válido é aquele oriundo da liberdade. Ainda, existem outros fatores para a desigualdade, sendo o principal e mais aparente – e que confunde as pessoas – é o capitalismo de compadrio.
- Capitalismo de compadrio é um termo utilizado para definir o que acontece com grandes empresas e o governo, no qual elas fazem conluio com o governo para obterem certas vantagens, e em contrapartida dão “vantagens” aos políticos. Podemos apontar no Brasil os grandes bancos, as grandes empresas de telefonia, as grandes empresas alimentícias, de certa forma todas essas empresas beneficiam-se das regulamentações de mercado e muitas dessas regulações são as próprias empresas que requisitam. O motivo destes pedidos, regulamentações, é, acima de tudo, impedir que pequenas empresas entrem no mercado, pois que é algo muito custoso e complexo de ser realizado por indivíduos sem grande aporte de capital ou que não tenham um ombro amigo dentro do congresso para facilitar-lhes o caminho a ser percorrido.
Voltemos a liberdade, é ela que cria a única forma de desigualdade que não é maléfica, mas, sim, benéfica. A liberdade é o fator primário para que as pessoas possam ser diferentes e com as diferenças surgem as desigualdades. O argumento é simples e válido, e passo a demonstrá-lo.
Partamos da premissa que hoje todos tem a mesma riqueza, Deus veio e nos deixou igualmente ricos. Quanto tempo demoraria para que disparidades começassem a aparecer? Em pequena escala no primeiro dia já seria fácil ver alguns mais ricos e outros mais pobres. Isso acontecerá porque é exatamente o que acontece no mundo real e vem se repetindo dia após dia. Algumas dessas pessoas que ficaram ricas tenderão a poupar para consumo futuro enquanto outras, a maioria, irão gastar muito e descontroladamente. Poucos irão focar em investimento e produção.
O que é mais interessante é que não há problema algum nisso. As pessoas vivem de modos diferentes, possuem vontades diferentes e desejos diferentes, assim como suas capacidades naturais.
Mas, a título argumentativo, vamos lá. Imagine uma família que tenha 3 filhos e outra que não tenha. Para o primeiro passo, imaginemos que todos os adultos tenham o mesmo gasto, como uma das famílias não tem filhos tenderia a gastar menos neste cenário em específico, logo a família com filhos teria uma propensão, de no curto e médio prazo, ter uma condição social menor, tendo em vista que os gastos dos adultos são os mesmos e a riqueza inicial é a mesma, o que muda é o gasto que seria maior por a família que possui 3 filhos ter um gasto maior, ainda que só considerássemos as necessidades básicas.
Agora no segundo passo, a família que gasta mais é a sem filhos, pois que o casal sem filhos adora a vida luxuosa e de altos gastos, enquanto a família com 3 filhos tende a ser humilde e menos consumista, portanto, a família que ficaria mais pobre seria a família sem filhos, pois que os gastos seriam demasiadamente elevados. Qual seria a conclusão? Em ambos os cenários haverá uma distinção econômica no fim do dia e para manter todos no mesmo nível financeiro será necessário dar mais dinheiro a aquele que gastar mais. Seria o mesmo que acabar com a responsabilidade pessoal perante suas ações, tendo em vista que praticamente qualquer ação, de uma forma ou de outra, terá conotações monetárias. Daríamos, então, um prêmio de maior quantidade de dinheiro para aquele que gastou mais para que se mantivesse no patamar inicial. Ou, então, poderíamos proibir as pessoas de gastarem seu dinheiro sob pena de serem presos?
Qual seria a forma de controle eficaz para proibir e impedir que as pessoas criem desigualdade? Provavelmente você chegou na mesma conclusão de que eu: não há um meio para isso. Porém, vamos continuar com essa derivação absurda, vamos ver até onde isso nos levará.
Suponhamos que, até o estágio da presente hipótese, as pessoas aceitaram essas modificações na sociedade, então aqueles que gastam mais vão receber mais para manter o nível de riqueza. Agora, surge outro problema, o que irá acontecer com quem produzir e ganhar mais do que os outros? Suponhamos que o tempo passou, e que a família com 3 filhos, agora tem 5 membros adultos que podem trabalhar. Todos os 5 membros dessa família trabalham e moram na mesma casa, e todo o dinheiro ganho por eles dá uma soma muito maior do que a da família sem filhos. O que deveríamos fazer com a família de 5 pessoas adultas que ganha mais do que a de 2 pessoas adultas? Ora, essa família que ganha mais, não pode ficar mais rica do que a outra, isso seria uma injustiça social!!! Então, o melhor a fazer é impossibilitar ou impedir que as pessoas possam trabalhar livremente, pois que isso, sem dúvidas, levaria a desigualdade.
Ao final, a “luta pela igualdade social” nada mais é do que a luta pelo socialismo, pelo comunismo. É uma luta por desumanizar os seres humanos, abolindo aquilo que nos torna o que somos, a diferença.
Você aceitaria que os ricos ficassem mais ricos para que você possa ter uma vida melhor e com mais conforto?
A riqueza alheia lhe incomoda?
Alguém que seja 100 vezes mais rico do que eu, come uma comida 100 vezes melhor, 100 vezes mais nutritiva? Viaja 100 vezes mais rápido? É 100 vezes mais feliz? É 100 vezes mais saudável? Acredito que um grande NÃO é a resposta.
A riqueza pode nos trazer benefícios, mas não nos traz tudo, e existem diferentes tipos de pessoas que possuem diferentes valores daquilo que é essencial para ter uma vida boa. Para muitos, 1 milhão de reais é uma quantidade que mudaria a vida, para outros tantos essa mesma quantia não seria suficiente ou não faria diferença, cada indivíduo tem seus planos e suas metas e isso nos leva a lugares diferentes e desiguais.
No começo do artigo apontei que a liberdade é um dos fatores que leva à desigualdade, porém trata-se de uma desigualdade benéfica, e agora explicarei a razão.
As formas de acabar com a desigualdade passam essencialmente pela vida sem liberdade, pelo controle e destruição do ser. O que podemos e devemos fazer é ir contra as diferenças que são forjadas pelo estado e que dão base para essas falácias esdrúxulas.
A desigualdade social é uma falácia progressista, que dentro de uma roupagem de bom mocismo não faz nada além de trazer à tona toda a velha ideologia socialista e comunista, que visam o controle social ao máximo.
👏👏👏