Muitos colocam a democracia como o melhor sistema político existente. A resposta para isso é baseada na possibilidade de a maioria dizer o que é a voz da sociedade.
O problema que mais aflige a democracia também é baseado na força da maioria a qual pode arrogar-se o direito a um poder ilimitado. O sistema político é posterior ao indivíduo, então o indivíduo tem primazia e merece resguardo quanto a sua liberdade e direitos naturais.
Não deve o sistema democrático mancomunar-se com o estado e dá-lo mais poder. A democracia não tem o poder, ou pelo menos não deveria ter o poder, de acabar com o indivíduo, pois que sua existência depende do indivíduo.
A junção irrestrita do poder da democracia com o poder do estado dá azo para que centralizações e acúmulos de poder ocorram.
A situação será a seguinte: a maioria coloca um governo, o governo por sua vez começa a demonstrar ser avesso a garantias individuais, a maioria continua a dar suporte para esta atuação. A concentração do poder vai aumentando e suprimindo o indivíduo. Chegará ao ponto em que o indivíduo dissidente será considerado uma ameaça à democracia por não seguir o pensamento e vontades da maioria. Assim, não haverá mais democracia, apenas um sistema de controle onde o indivíduo será coagido a integrar as massas. Há, ainda, um cenário mais perigoso, no qual as massas serão dizimadas pelo próprio estado com o poder que lhe dera.
A democracia, como já dizia Aristóteles, não é um bom sistema político, pode ser muito útil, mas é extremamente perigoso.
A vontade da maioria pode não estar correta, e ainda assim deve ser considerada a vontade geral, desde que não suprima a existência do indivíduo. Faz parte do sistema democrático a existência da divergência de ideias e pensamentos. Se a democracia fosse fundada na igualdade e não na diferença, não haveria razão de ser da democracia, a qual existe apenas porque há divergências.
A convergência absoluta entre o sistema político e o estado suprime o indivíduo e a liberdade. Hoje a maioria pode ter a intenção de fazer valer sua força, mas não se pode esquecer que a força dada ao estado poderá suprimir até a maioria mesma.
Isso ocorre porque a maioria não é o fator fundamental, mas é a criação de indivíduos e, portanto, nada impedirá que o estado atue de forma a suprimir os indivíduos até não restar mais ninguém para integrar a maioria. Chegando ao ponto em que a maioria será o estado.
Assim, morre a democracia dando espaço a estados totalitários e despóticos. É necessário, ou melhor, é imprescindível, que haja limites para a democracia e que estes limites tenham por princípio o indivíduo, o qual jamais poderá ter sua liberdade e seus direito naturais suprimidos por um sistema político, por um estado, ou até pela soma destes dois.
Caso tenha interessa uma abordagem mais técnica sobre o termo Democracia encontra-se neste artigo: O que é democracia? Como funciona? Qual a definição do termo? (sabervirtuoso.com.br)
Fontes:
Política – Aristóteles
A constituição da liberdade – F. A. Hayek