A situação de endividamento das pessoas pode ter implicações significativas no contexto social e político. Em muitos casos, o endividamento excessivo pode levar à vulnerabilidade financeira e à dependência de instituições financeiras, o que pode impactar a liberdade individual e a capacidade de participação plena na sociedade.
Pior ainda é que uma parcela da população nem sequer tinha ou tem acesso ao sistema financeiro e de crédito.
Daí vem os tais programas ditos sociais, que não ensinam a pescar e nem dar condições para tal, mas amarram as pessoas em ajudas que perpetuam a dependência.
No âmbito político, o endividamento das pessoas pode influenciar dinâmicas de poder e decisões governamentais. Por exemplo, políticas relacionadas a empréstimos, regulamentação financeira e proteção ao consumidor podem ser moldadas por interesses econômicos ligados ao setor financeiro, criando desafios para a formulação de políticas que atendam às necessidades das pessoas endividadas ou em vulnerabilidades.
Zygmunt Bauman já abordou esse tema no livro “Vida a Crédito “ de 2010. Aborda a sociedade contemporânea que cada vez mais vive se endividando ou a custa dos programas de estado, que tornam a sociedade obediente e subordinada ao mesmo, de maneira que atende aos interesses dos grupos de elite dominante, seja dos bancos, seja dos governos.
O caminho alternativo é a liberdade econômica e social plena, onde os indivíduos empreendem e se ajustam.
Bauman argumenta que a cultura do consumo e do crédito tem transformado as relações humanas em relações “liquidas”, ou seja, relações que são temporárias, flexíveis e facilmente descartáveis. Nesse contexto, as pessoas buscam constantemente novas experiências e bens materiais, muitas vezes recorrendo ao crédito para sustentar esse estilo de vida.
Essa abordagem de Bauman ressalta como a sociedade contemporânea está profundamente enraizada no consumismo e na busca por satisfação imediata, muitas vezes levando as pessoas a viverem além de suas possibilidades financeiras e a enfrentarem dificuldades decorrentes do endividamento excessivo ou de total falta de recursos em países pobres, como o nosso.