Como escreveu Thomas Giulliano Ferreira dos Santos, autor e organizador dos excelentes “Desconstruindo Paulo Freire” e “Desconstruindo Ainda Mais Paulo Freire” (dentre outros excelentes trabalhos), o “(ainda) patrono da educação brasileira” ganhará uma adaptação cinematográfica. O ator escalado para viver o pedagogo Pernambucano nas telonas foi ninguém menos do que o notório apoiador da Esquerda, Wagner Moura (Marighela).
Destarte desejamos ao Sr. Moura o mesmo sucesso e reconhecimento obtidos com seu último supramencionado trabalho. Ao menos desta vez o ator não poderá culpar o “governo” por sua performance inerente à Sétima Arte.
Mas afinal, do que se trata a tão (super) estimada “contribuição intelectual” de Paulo Freire? Recomendamos, para uma compreensão mais aprofundada sobre o assunto, a leitura dos fenomenais trabalhos apresentados pelo Professor Thomas Giulliano, que conta com artigos redigidos por intelectuais da impecável envergadura de Percival Puggina e Rafael Nogueira. Abordaremos aqui alguns dos aspectos mais pungentes do trabalho deste caricato e barulhento ideólogo Marxista.
Já dizia o Professor Olavo de Carvalho: “A mentira tem o privilégio de poder ser breve, mas sua refutação, não.”
Tal assertiva nunca foi tão atual como em nossos dias de extrema polarização político-ideológica. Paulo Freire é amado e reverenciado por alguns, e odiado por muitos outros. Muitos pedagogos clamam tratar-se de um “libertador de consciências“, enquanto outros atribuem a ele a responsabilidade pelas mais grotescas demonstrações de descaso, ódio e violência em sala de aula.
O fato, no entanto, é que a polarização em si não é, dentre os males nacionais brasileiros, o mais perigoso ao pleno desenvolvimento de nossa sociedade como um todo. O atual status do debate público é que representa, a priori, o estado intelectual e educacional anímico que se apossou de nosso país.
Como disse Olavo de Carvalho, vivemos hoje em plena “ditadura da ignorância presunçosa“, onde até mesmo questões de irrefreável urgência são analisadas por ópticas ideoligizadas, cuja eficácia frente às emergenciais reais dos problemas nada contribui para suas efetivas soluções. E o Sr. Freire é diretamente responsável por isso.
Afinal, a educação pública brasileira têm-se mostrado um desses problemas. Talvez o principal.
Calcando-se em prerrogativas e paradigmas que visam menos a real competitividade dos alunos integrantes da rede pública de ensino no mercado de trabalho ou em vagas para estudar em universidades públicas, do que na utilização de todo o aparato “educativo” estatal para inoculação de quaisquer pretensões de real evolução profissional ou financeira, reduzindo a estrutura de desenvolvimento cognitivo das classes menos abastadas à simples “conscientização política“, os nossos atuais níveis nos principais testes educacionais não deixam margem interpretativa quanto à “eficácia” do “canônico” Método Paulo Freire.
Como menciona Giulliano em “Desconstruindo Paulo Freire“, citando a obra do próprio (ainda) patrono da educação brasileira, a “nota” dos “alfabetizados” por Paulo Freire foi maior no conceito “política” do que na efetiva “alfabetização” propriamente dita. O que para Freire inquestionavelmente significou um formidável sucesso.
O método Freireano “utópico”, frente ao mundo real.
Se os ensinos fundamental e médio ofertados pelas redes públicas de educação fossem verdadeiramente eficientes, seriam necessárias cotas para universidades ou empresas? Ou os indivíduos egressos de tais “prestigiosas instituições libertadoras“, como orgulhou-se Freire, seriam possuidores de um ferramental técnico/intelectual que lhes permitisse, desde logo, competir, dentro de suas aptidões vocacionais, por vagas em instituições de ensino superior ou no mercado de trabalho com verdadeira igualdade? A única “igualdade” aí resta no fato de que os egressos do ensino médio público igualmente sustentam, por meio de uma carga tributária cada vez mais pesada, os filhos de famílias abastadas em universidades públicas.
O fato é que a coletivização da educação tem a promessa de prover tais capacidades e possibilidades apenas em seus slogans.
Lênin preparou uma elite intelectual antes de mobilizar as massas, e isto não foi à toa. Como menciona o Professor Olavo de Carvalho, antes da aplicação de conceitos socioconstrutivistas à educação brasileira, havia sim alguma espécie de “doutrinação ideológica” nas Universidades públicas brasileiras. Autores de cunho Marxista predominavam nos “syllabuses“, muitos autores de cunho liberal eram (e ainda o são) “ocultados” como persona non grata do debate acadêmico, e dentro de alguns anos o pensamento Marxista-Leninista-Foucaultiano tornou-se, em uníssono, dominante.
Mas mesmo aí ainda havia alguma possibilidade de debate minimamente sério acerca de teorias que, embora estranhas e preteridas pelos Conservadores, poderiam ser coerentemente questionadas. Havia, deficiente o quanto fosse, uma “elite intelectual” propriamente dita no Brasil. Ainda há, em nossos dias atuais?
O Coletivismo Educacional de Paulo Freire e do sócio-construtivismo são criados exatamente para impedir qualquer espécie de possibilidade de questionamento. O método aí é a impossibilidade de quaisquer formas de real consciência “crítica”, e sim a infiltração de paradigmas sócio-comportamentais nos alunos que são educados dentro da metodologia “inovadora e premiada” do “excelentíssimo” Sr. Paulo Freire.
“Estamos caminhando rumo à ditadura do relativismo, que não reconhece nada como correto“, disse o Papa Bento XVI. Relativizar a educação é a forma mais monstruosa de tolher um ser humano de seu bem mais precioso: A posse sobre sua própria inteligência.
No entanto, mesmo em face de sua profunda inépcia educacional, Paulo Freire continua sendo reverenciado como um “Santo Libertador dos Oprimidos”, mesmo expondo-os à humilhação universal ao limitá-los aos últimos lugares nos testes educacionais internacionais. O brasileiro ainda não aprendeu a “julgar os programas estatais por seus resultados, ao invés de suas intenções“, como disse Milton Friedman.
“A nossa pode ser a primeira civilização destruída, não pelo poder dos inimigos, mas pela ignorância dos nossos professores, e das perigosas bobagens que estão ensinando às nossas crianças. Em uma era de inteligência artificial, eles estão criando a estupidez artificial“, disse o icônico economista Norte-americano Dr. Thomas Sowell, referindo-se ao impacto totalmente negativo das políticas educacionais ditas “construtivistas” nos EUA. Aqui no Brasil, certamente, o estrago foi maior.
Aliás, falando em “inimigos“, como irrefutavelmente demonstra Thomas Giulliano, Paulo Freire também tinha sua parcela de ódio mortal, e o objeto de seu ódio – assim como o de Marilena Chauí e diversos outros intelectuais da Esquerda brasileira – sempre esteve nos “capitalistas” que “se aliam ao inimigo dominador”, os conservadores, “inimigos da revolução“.
Poder-se-ia dizer que o Brasil, como disse Olavo de Carvalho, é “uma sociedade onde a consciência não tem valor, o que tem valor é apenas os seus produtos externos“, mas o fato é que mesmo a percepção sobre tais produtos externos hoje encontra-se deficitária, para utilizar aqui um eufemismo.
Talvez Paulo Freire não tenha sido um verdadeiro leitor voraz como presumiu apresentar-se perante seu público, pois muito provavelmente desconhecia a obra do escritor britânico Aldous Huxley, de quem empresto uma das frases que escolhi para finalizar este artigo:
“O propósito do propagandista é fazer com que um grupo de pessoas esqueça que certos outros grupos de pessoas também são seres humanos.”
“Devemos ser tolerantes, mas não com nossos inimigos“, escreveu (ipsis literis) Paulo Freire. Ser tolerante apenas com os “companheiros” é deveras fácil, Sr. Freire.
Talvez, como menciona Aldous Huxley em “Regresso ao Admirável Mundo Novo” exista alguma diferença entre cumprir um programa estatal, e verdadeiramente desenvolver-se na sua área de atuação intelectual ou profissional. O fato é que, à luz da imposição metodológica construtivista, não é mais possível conciliar as duas coisas ao mesmo tempo, visto que “cumprir o programa estatal” significa, mutatis mutandis, contribuir para que o Brasil continue obtendo as piores colocações nos supracitados testes educacionais internacionais, como o PISA. Se buscarmos seguir cegamente as demandas da “Pátria Educadora” construtivista de Paulo Freire, então o próprio conceito de “competência profissional” será inevitavelmente arremessado à condição de intrínseca “paralaxe cognitiva“.
Seria sinônimo de “competência docente” no Brasil o resguardo da inépcia educacional Freireana como a epítome do desenvolvimento intelectual e psicomotor de nossas crianças e adolescentes? Ser “competente” é compactuar e jamais questionar? “Competência” tornou-se sinônimo de covardia?! A resposta, caros leitores, fica a vosso critério.
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