Faz algum tempo que a mídia mainstream (a mídia comum) aprimorou o seu discurso equalizando-o, deixando-o com a mesma conotação. Os fatos são noticiados em diversos canais, porém só destoarão aqueles que não fizerem parte do conglomerado da mídia marrom ou mainstream.
Aquele que quiser ter acesso a informações isentas tem de saber procura-las, uma tarefa que vem se tornando cada vez mais difícil, decorrente da padronização do que será noticiado e como será noticiado.
Este que vos escreve é um daqueles que sofre em decorrência dos impedimentos que estas empresas maiores criam. Não falo apenas em questões de alcance, mas sim em como é feita essa redução.
O alcance de uma informação que desagrada o establishment é severamente reduzido, e quem dera se fosse por opção de mercado, que infelizmente não é o caso. O que temos é uma forma velada de escolha daquilo que pode ou não ser colocado em acesso para as pessoas.
Um dos exemplos mais fáceis de ser demonstrado é o alcance reduzido de ideias liberais (em sentido clássico) e conservadores têm na internet, este alcance reduzido antes de ser governamental, é uma pauta que grandes empresas vêm empurrando nas pessoas. São ideias coletivistas, relativistas, socialistas e comunistas. De maneira mais simples, ser de esquerda dá alcance, enquanto ser de direita é ter um alcance reduzido.
Mas qual o ponto em que quero chegar? A intenção é demonstrar que há uma forte atuação da mídia mainstream de dizer as pessoas como elas devem pensar e dizer, também, o que é ou não verdade. Com vários veículos grandes apresentando um fato como não acreditar? Não faria sentido, para o homem médio, acreditar em vozes que destoam das grandes inteligências que constituem a mídia mainstream.
A impressão dada é que muitas vezes estes jornalistas tiveram a mesma ideia, ou até a mesma pessoa trabalha em vários veículos de mídia para conseguir padronizar de forma tão simétrica a informação. É mais do que comum visualizar uma notícia repetida ou quando não repetida, Ipsis litteris, com uma conotação que faça com que aquilo que é lido em diferentes locais tenha o mesmo sentimento transpassado.
A capacidade mental não precisa ser muito elevada, qualquer uma das notícias da grande mídia segue o mesmo caminho, não é necessário raciocínio crítico. Ademais, o raciocínio crítico é criticamente efetivo contra o estado e o emburrecimento das massas.
Se aquilo que chega ate uma pessoa é tudo que ela possa conhecer e a partir disso fazer derivações, inferências, conjecturas, premissas, será muito difícil conseguir sair das amarras informativas que a bombardeia. Não se trata apenas e tão somente de informações soltas, mas de informações que tendem a construir uma narrativa fática, que transforme a realidade muitas vezes alterando causa e efeito.
Chega-se ao ponto que a inversão será irreversível e a grande maioria acreditará no errado e não terá a menor vontade de questionar, pois não terá a menor razão para tanto. Por fim, haverá uma liberdade de raciocínio, mas com todas as informações controladas e irrefutáveis do ponto de vista do próprio controle. O indivíduo não terá de questionar sua condição, pois não terá outra a ser comparada. Aquilo que ele vê será aquilo que ele poderá dizer, a tentativa de um raciocínio que fuja do comum, da mídia mainstream, não terá nenhum espaço. Haverá tantas vozes contrárias e tanta apatia que muitas vezes o próprio sistema nem terá de combater os dissidentes, a própria sociedade o fará.
O pensamento não precisará de barreiras impostas pelo estado, ele será autorregulado e autocensurado. Como aquilo que uma pessoa pode conhecer será apenas o que chega até ela, não haverá o porquê a mente destoar do que lhe é apresentado diariamente. O pensamento será controlado sem coerção, será guiado a uma servidão voluntária.
Não há liberdade de pensamento em um âmbito de informações controladas.